Celebram-se hoje os 20 anos da atribuição do
Prémio Nobel de Literatura a José Saramago, que foi,
simultaneamente, o primeiro Nobel para a literatura em língua
portuguesa. Nesse ano de 1998, o galardão foi celebrado como um
prémio para toda a comunidade lusófona.
Saramago era então, após 5
décadas de carreira literária, um dos autores portugueses com maior
nível de internacionalização, com obra editada já em 31 países. Mas
a distinção feita pela Academia Sueca transformou-o num fenómeno
planetário, tornando-o o centro das atenções na edição da Feira de
Frankfurt desse ano. Nas livrarias portuguesas os seus livros
esgotaram; nos sítios de venda em linha assistiu-se a uma verdadeira
corrida aos títulos de Saramago; Ensaio sobre a Cegueira,
na tradução inglesa, atingiu o 1.º lugar no topo de vendas da Amazon.
Em Lisboa, onde o autor
chegou no dia 13 de Outubro, sucederam-se as homenagens populares e
institucionais.
Este dossier revisita esses
momentos, a partir do que foi publicado na imprensa generalista de
grande circulação (ao que juntamos o Jornal de Letras), em torno de duas datas: a do anúncio da
atribuição do Nobel, no dia 8 de Outubro; e a cerimónia de entrega
do prémio, em Estocolmo, no dia 10 de Dezembro, na qual Saramago fez
um discurso de forte conteúdo político que circulou pelo mundo.
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