Recortes de imprensa:

“Prémio Mota Veiga: Foi posto à venda o novo livro de Luandino Vieira – três contos intitulados «Luuanda»”. ABC – Diário de Angola, 16 de Outubro de 1964, p. 3

“«Luuanda» assinala o nascimento de uma literatura”, por R. A. ABC – Diário de Angola, 30 de Outubro de 1964, pp. 3 e 7

“Uma língua que nasce (a propósito de Luandino Vieira)”, por Roby Amorim. ABC – Diário de Angola, 13 de Novembro de 1964, pp. 3 e 7

“Prémio Mota Veiga: Em sessão solene a que preside um representante do governador do Distrito vão ser hoje entregues os dois prémios atribuídos este ano”. ABC – Diário de Angola, 22 de Dezembro de 1964, pp. 1 e 4

“Teve assinalável brilho a entrega do Prémio Mota Veiga ontem realizada no Museu de Angola perante interessada assistência”. ABC – Diário de Angola, 23 de Dezembro de 1964, pp. 1 e 6

 

LUUANDA
Luandino Vieira

Luandino Vieira era o pseudónimo literário de José Vieira Mateus da Graça, nascido em Vila Nova de Ourém (1936), em Santarém, que vivia em Angola desde muito novo, quando a família resolveu procurar melhor sorte nessa outra província, ultramarina. Aí cresceu, estudou e se fez escritor angolano, com obra publicada, sobretudo, na imprensa de Angola, e reconhecida por alguns prémios literários de relevo, o último dos quais o «Prémio D. Maria José Abrantes da Mota Veiga». Obviamente, a generalidade da imprensa diária angolana fez notícia do prémio, especialmente o ABC: diário de Angola, que além de assumir o encargo de organizar uma cerimónia para emoldurar a entrega o prémio, também assegurou a impressão do livro, ou seja a 1.º edição do Luuanda. Conforme a notícia publicada naquele diário sobre a cerimónia, Luandino Vieira não esteve presente no evento e o prémio foi entregue à sua esposa, Ermelinda Graça.

 

Sabemos hoje que a ausência de Luandino Vieira, que ficou por justificar, se deveu ao facto de ele se encontrar preso no “Campo de Trabalho” do Tarrafal (então designado de Chão Bom), em Santiago de Cabo Verde, desde 1961, por crimes de terrorismo e participação no movimento independentista; a leitura da sentença ocorreu a 22 de Junho de 1963, no tribunal de Luanda. Aparentemente, as instituições e autoridades não estavam avisadas, desconheciam a verdadeira identidade de Luandino Vieira, pelo nunca levantaram qualquer objeção à sua participação nos concursos literários a que concorreu, não obstante estar preso.

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