Veja a canção vencedora

Do Porto para o país. Assim foi pela primeira vez na história do festival. Os jornais do norte não deixaram de documentar os antecedentes e o próprio evento, com maior interesse. Das 12 canções a concurso, começou o desfile com “Erva Ruim” para terminar com “Rosa Flor Mulher”. No meio, uma balada acabaria por levar Armando Gama a Munique. Mas o conjunto foi considerado por muitos como de fraco nível – “Nem todos os que cantam seus males espantam” (Diário Popular) ou “Deram-nos uma balada num festival medíocre” (Diário de Notícias). Depois, num eurofestival suportado pelo Turismo alemão, a televisão organizadora gastou 50 mil contos num espetáculo que, nalguns aspetos, se apresentou descuidado. Em Portugal, por causa da campanha eleitoral, a transmissão pela RTP foi retardada alguns minutos, sendo o nosso país o único a fazer uma emissão em diferido. Uma secreta esperança era o sentimento da delegação portuguesa, pois a canção tinha sido promovida por uma grande multinacional, com quatro versões, e até Portugal estava à beira de entrar na Comunidade Económica Europeia: antes, “Armando Gama – um autor, um intérprete, uma canção na onda europeia” (Sete); depois, “A Europa não foi em balada” (Diário Popular), porém, até o cantor português criticaria a promoção e o júri.

 
       
 

Se7e, n.º248, 9 a 15 de Março de 1983, pág. 9
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