Veja a canção vencedora |
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De volta a Lisboa, das 16 canções a concurso escolheram-se 6
para uma superfinal. Na mesma primeira página em que se anuncia
o regresso de 35 mil emigrantes, refere-se a realização nessa
noite de “um festival sem batuta” (Diário Popular),
curiosamente com uma das mais populares emigrantes portuguesas
como figura de cartaz: Linda de Suza. Todas as canções foram
apresentadas em playback. Todas, menos uma: “Silêncio e
Tanta Gente”, de Maria Guinot, por sinal a vencedora – “a
voz do silêncio” (“Sábado Popular”, Diário Popular) ou
“Já não era sem tempo. Festival guinou para melhor” (Diário
de Lisboa). Desta vez, o prémio para melhor interpretação
(Adelaide Ferreira) recebeu o nome de José Carlos Ary dos
Santos, em homenagem ao poeta recentemente falecido. Felizmente,
houve uma criadora de música e palavras em perfeita harmonia, a
imagem da dignidade, tanto na criação e interpretação, como na
defesa de quem, como ela, a transmite a todos nós, sem
playbacks! E, para o Luxemburgo, não sabia o que iria
acontecer, após a sua vitória em Lisboa: “Mas uma coisa é certa:
não acredito em milagres. E Portugal só poderá ganhar se houver
um milagre.” (Diário Popular). No Luxemburgo, a canção
portuguesa foi a última a atuar, conseguindo uma grande ovação,
documentada, não só no vídeo, como na imprensa. Mas não chegou,
e mais uma vez teve um lugar aquém da qualidade da proposta.
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