Veja a canção vencedora

As oito canções finalistas foram todas cantadas por intérpretes masculinos. Esta realidade seria aproveitada pela imprensa para entrevistar as cantoras que ficaram de fora – “acho que a presença feminina faz falta. Dá uma nota de charme” (Plateia), confessou Simone de Oliveira. Carlos Mendes deu uma festa a todos os outros, cantando um tema considerado por todos e por ele próprio superior ao “Verão” de quatro anos antes. Pela primeira vez, houve o Prémio Interpretação, conquistado por Duarte Mendes, bastante elogiado. A caminho de Edimburgo, a imprensa ia noticiando a campanha orquestrada por Carlos Cruz, as versões em inglês e francês, a presença do kit promocional nas montras da cidade britânica, o filme captado à chegada da comitiva portuguesa, enfim, o ambiente propício para um grande resultado, não fossem já as influências externas e o jogo negocial. Elogiaram-se a prestação de Carlos Mendes, a realização do espetáculo e a transmissão televisiva. No final, ainda assim, a melhor classificação para Portugal, onde apenas 30 televisores puderam ver a edição a cores, a primeira a chegar assim ao nosso país. Por cá, Fernando Tordo dissera que seria a sua última vez num festival da RTP (Diário Popular), depois da sua péssima classificação. Mas enganou-se, voltou a concorrer no ano seguinte, e ganhou.

 
       
 

Diário de Lisboa, 21 de Fevereiro de 1972, pág. 4
(clique na imagem para ampliar)

 


© 2014 | Hemeroteca Municipal de Lisboa