Veja a canção vencedora |
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É o ano em que passa a ser obrigatório um filme promocional para
que cada país se apresentasse na Eurovisão. As campanhas começam
a ser mais profissionais, e até foram escolhidos orquestradores
estrangeiros. As etiquetas portuguesas jogam uma oportunidade de
negócio, através do Festival RTP da Canção, e esta é sem dúvida
a melhor das promoções internas de um cançonetista. As atenções
viram-se para todos os intérpretes, aos quais a imprensa dedica
peças de entrevista. Aos fotógrafos não escapa, nas vésperas, o
par de namorados mais em voga na época, Ana Maria Lucas e
Fernando Tordo, nem o colar cervical de Paulo de Carvalho, em
resultado de um acidente. Ambos os cantores eram considerados
favoritos. Mas foi Tonicha quem venceu, com “Menina”,
merecendo diferentes comentários. Não foi fácil o final do
espetáculo, com pateadas em protesto pelo resultado da votação.
Rumo a Dublin, Carlos Cruz anunciava uma promoção como nunca
acontecera. O filme promocional, todavia, não fez apelo aos
recursos turísticos nacionais, nem se sintonizou devidamente com
a mensagem da canção, facto relatado pela imprensa, de um modo
geral. A delegação foi a mais numerosa, na qual se integrou um
assessor de imprensa (Flama). As apostas iam sendo
favoráveis para a canção portuguesa. Tonicha defendeu bem o
tema, e o lugar (o melhor até à data) foi considerado honroso (Diário
de Notícias). A cantora deu uma lição de humildade e
profissionalismo (Diário Popular), embora com alguma
falta de espontaneidade (Flama). À chegada a Lisboa,
deu-se o mesmo que acontecera a Simone, dois anos antes, mas
desta vez no aeroporto. O caminho até ao Teatro Villaret foi de
festa. As fotografias da imprensa são bem elucidativas.
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