Veja a canção vencedora |
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A RTP organiza um concurso para consumo interno, sem repercussão
eurovisiva. Agenda-o para depois do eurofestival realizado em
Amesterdão. A imprensa não tem outra alternativa que noticiar o
evento, até porque se sabe do grande investimento da RTP,
mobilizando todos os seus recursos técnicos, contratando
artistas estrangeiros, fazendo parceria com a TVE para a
transmissão para Espanha, programando o espetáculo até às 2
horas da madrugada e assegurando um ambiente mundano, embora
pouco adequado ao “ímpeto de juventude” e à “descontracção da
maior parte dos intérpretes” (Primeiro de Janeiro).
Esperava-se um “festival de esperança” (Nova Antena),
quando, dias antes, eram analisadas as probabilidades dos
intérpretes, designadamente através dos respetivos signos (Rádio
& Televisão). Mas as contas não acertaram no resultado
final. A vitória de “Onde Vais Rio Que Eu Canto”, tema
interpretado por Sérgio Borges, teria comentários
díspares por parte da imprensa, desde um recuo na evolução a
admitir-se ser a melhor canção a concurso, dado que a prestação
de Hugo Maia de Loureiro, em “Canção de Madrugar”, teria ficado
aquém das possibilidades efetivas deste tema – “O I Grande
Segundo Prémio” (Flama). A canção vencedora ganhou 35
contos, como prémio de consolação, já que à Eurovisão não foi.
Na época, começam a surgir diversos anúncios de algumas canções
a concurso. Sente-se uma maior promoção organizada por parte das
etiquetas a jogo. A imprensa seria, a partir daqui, um parceiro
importante.
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