No dia 29 de
Dezembro de 2011 celebram-se os 100 anos do nascimento de Alves Redol.
Natural de Vila Franca de Xira, cedo se deixou fascinar pela dureza da
vida dos trabalhadores da “borda d’água”, temática sempre presente na
sua obra literária. Gaibéus, o seu primeiro romance sobre
as condições de vida no Ribatejo, inaugura o neo-realismo em Portugal. A
sua escrita socialmente empenhada (complementada por outras acções
tendentes à luta pela melhoria das condições das classes trabalhadoras –
conferências e palestras para o povo, aulas de aperfeiçoamento
profissional e de alfabetização, envolvimento activo na oposição
política ao regime) valeu-lhe a prisão em 1944, e a constante vigilância
da PIDE desde então.
Uma aproximação à
originalidade da sua obra pode ser lida no artigo de crítica literária
"O Fruto sazonado", assinada por Mário Dionísio e publicada na edição de
26 de Abril de 1962 do suplemento semanal "Vida Literária e Artística"
do jornal Diário de Lisboa, a propósito do seu então novo
romance, Barranco de cegos, e que pode ler
aqui.
Mais informações
sobre a vida e obra de Alves Redol podem ser vistas na sua biografia
sumária, disponível
aqui,
na exposição alusiva ao centenário do seu nascimento, da autoria do
Museu do Neo-realismo, e que disponibilizamos
aqui
em formato digital, ou em 3 entrevistas publicadas na imprensa:
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Diálogo com Alves Redol,
publicado na Gazeta musical, n.º 118 (Janeiro de 1961),
pp. 174-176;
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Alves Redol: “Regressei à secretária de
empregado. Já não me era possível continuar o sacrifício de ser
escritor”, publicado na
Seara Nova, n.º 1393-1394 (Novembro-Dezembro de 1961), pp.
260-261;
.
Alinhavos para uma auto-biografia
(in Dois inéditos de Alves Redol), publicado na Vértice,
n.º 258 (Março de 1965), pp. 174-179.
Em
termos de participação no universo da imprensa periódica, tem
colaboração em diversos títulos, todos eles consultáveis na
Hemeroteca Municipal de Lisboa. Começando pelos jornais regionais,
vemos artigos seus no Mensageiro do Ribatejo: semanário
regionalista (1930-1941) (onde ficou responsável pela
"Página literária", desde Maio de 1939, e cujo primeiro editorial pode
ler
aqui, sob a título "Abertura"),
n’A Província: semanário independente regionalista
(1932-1937), e no Goal: semanário ribatejano de
desporto, arte e literatura (1933) jornal que dirigiu e que pode
consultar
aqui.
Tem ainda colaboração em títulos como Sol Nascente: quinzenário de
ciência, arte e crítica (1937-1940), Notícias Ilustrado
(1928-1935), A Capital (1968-2005), Vértice:
revista de cultura e arte (1942-), Brotéria: fé, ciências,
letras (1925-) e n’O Diabo: semanário de crítica literária
e artística (1934-1940).
Desse vasto
conjunto de textos, apresentamos alguns:
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Ribatejo no cinema: gado bravo,
publicado no Mensageiro do Ribatejo, em 2 de Agosto de
1934;
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De sol a sol: o Tejo,
publicado n'O Diabo, em 24 de Janeiro de 1937;
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As Lezírias,
publicado n'O Diabo, em 9 de Maio de 1937;
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Campinos,
publicado n'O Diabo, em 13 de Junho de 1937;
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O Trabalho no Cancioneiro do Ribatejo,
publicado n'O Diabo, em 17 de Agosto de 1940;
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Kangondo, a primeira das suas
novelas publicadas
n'O Diabo, em 29 de Novembro de
1936;
Pode ainda
conhecer
aqui
todas as obras de Alves Redol existentes na Rede Municipal de
Bibliotecas de Lisboa. Se pretender aceder a estudos sobre a vida e
obra do autor, conheça
aqui
os recursos existentes nas BLX.
Por ocasião da sua morte, o jornal
República concedeu-lhe honras de primeira página em duas
edições sucessivas, em 29 (aqui)
e em 30 de Novembro de 1969 (aqui).
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