Cara Alegre: revista de bom humor
1 de janeiro de 1951 a 15 de outubro de 1958

Propriedade da empresa editora «Os Ridículos», era dirigida de Nelson Barros e totalizou 158 números. Tanto quanto foi possível apurar, a colaboração de José Vilhena terá tido início no ano de 1955.

 
         
   

Diário de Lisboa
7 de abril de 1921 a 30 de novembro de 1990

O humor esteve sempre presente neste jornal de informação genérica, dirigido por Joaquim Manso, que era também seu proprietário e editor. A colaboração de José Vilhena no D.L. terá tido início em 1955 (alternando com Stuart a ocupação de espaço próprio na edição, geralmente na página 15) e manteve-se até 1958, pelo que não participou no suplemento humorístico A mosca, de 1969. Nessa data, os voos de José Vilhena cruzavam outras páginas.

 
         
   

O Mundo Ri  
outubro de 1948 a 1968(?)

Revista mensal, de Lisboa, era propriedade de Nunes Simões, que também assumia a direção. José Vilhena associou-se ao projeto em finais da década de 50, assegurando muitas das capas desta pequena publicação, onde dominavam os autores estrangeiros.

 
         
   

Gaiola Aberta
1.ª série, maio de 1975 a maio de 1983
2.ª série, maio de 2003 a maio de 2006

Foi a revista mais lida do seu tempo e aquela que rendeu o processo mais grave que José Vilhena enfrentou: o que resultou de uma fotomontagem envolvendo a princesa Carolina do Mónaco, publicada em novembro de 1981. Além do mal estar resultante do embaraço diplomático, Vilhena foi confrontado com uma queixa-crime apresentada pelo principado do Mónaco, que exigia uma indemnização graúda pelos danos causados. O processo arrastou-se por largos anos, mas a queixa acabou por ser retirada.

 
         
   

Vida Lisboeta: revista mensal para homens adultos e mulheres emancipadas
setembro de 1978 a fevereiro de 1979(?)

Foi contemporânea da Gaiola Aberta, mas distingue-se dela por ignorar os políticos e outras figuras públicas. O objeto da sátira era a própria sociedade, a mentalidade, os costumes e as práticas mais comuns ou generalizadas na população urbana. Muito provavelmente causou escândalo, pois a primeira página do n.º 2 ironizava sobre o assunto, advertindo o público, em grande paragonas: «O interior desta revista contém desenhos e textos passíveis de chocar pessoas bem pensantes. Se pertence a esse número não a abra!»

 
         
   

A Paródia: comédia Portuguesa. Revista de humor e caricatura
1 de setembro a 1 de outubro de 1980

Ressuscitou o título do jornal fundado por Rafael Bordalo Pinheiro, em 1900, e que em 1903 se fundiu com a revista Comédia Portuguesa, dirigida por Julião Machado e Marcelino Mesquita, dando origem à Paródia: comédia portuguesa, que se manteve alguns anos (1907). A Paródia de Vilhena não teve o mesmo sucesso: saíram apenas dois números. A capa do 1.º número revisita claramente a que inaugurou a publicação de Bordalo (ver aqui).  

 
         
   

Fala Barato: jornal mensal de arte, cultura e mau humor
julho de 1987 a março de 1988
Nova série, abril de 1988 a 1994(?)

Foi lançado quatro anos depois do fim da 1.ª série da Gaiola Aberta, e de certa forma deu-lhe continuidade, quer na substancia, quer no formato. Embora tenha começado como jornal, em março de 1988 anunciou um «novo visual» e no mês seguinte apresentou-se num formato mais reduzido e “vestido” com capa. O então primeiro-ministro Cavaco Silva foi um alvos preferidos do Fala Barato, que chegou a assumir a contagem dos dias que lhe restavam para honrar a promessa de tirar o país da “cauda da europa” e, em novembro de 1991, após as eleições que renovaram a maioria absoluta, anunciou «A longa noite cavaquista».

 

 

 

         
   

O Cavaco: revista do humor possível
outubro de 1994 a outubro de 1995

A ideia de usar o nome do chefe do governo para dar título a publicação humorística causou alguma perplexidade e indignação, mas não era propriamente uma novidade: Rafael Bordalo Pinheiro já o fizera, em 1879, quando lançou o António Maria, em “homenagem” ao líder do partido regenerador e ex-presidente do ministério, António Maria Fontes Pereira de Melo. Embora o país viva agora em regime democrático, estando salvaguardados os direitos, liberdades e garantias do cidadão, esta iniciativa de José Vilhena não deixa de revelar coragem e independência em relação ao poder.

 
         
   

O Moralista: revista de humor pagão
abril de 1996 a abril de 2003

Foi a ultima revista produzida por José Vilhena, e não se desviou do receitário do riso já testado: caricaturas, cartoons, banda desenhada, fotomontagens e textos demolidores. Nas capas d’O Moralista, José Vilhena fez desfilar uma série de «estrelas de televisão», em trajes menores ou mesmo nuas, desencadeando a ira das visadas e uma “tempestade” contínua de processos. Mas Vilhena não se deixava intimidar. Para ele o humor era um bem essencial.

 
     

 

 
     
 

FICHA TÉCNICA

José Vilhena (1927-2015) na coleção da Hemeroteca | Investigação: João Carlos Oliveira e Rita Correia | Textos: Rita Correia | Digitalização e tratamento de imagem: Serviço de Digitalização e Imagem da Hemeroteca Municipal de Lisboa | Conceito e webdesign: João Carlos Oliveira