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DIÁRIO DE LISBOA
NUMERO 1 TERÇA FEIRA 1 DE NOVEMBRO DE 1859
Publicou-se com este título entre 1 de novembro de 1859 e 31 de
dezembro de 1868
A 31 de outubro de 1859, o Ministério dos Negócios do Reino,
então titulado por António Maria de Fontes Pereira de Melo,
decretou a alteração do título da «folha oficial do Governo»
para Diário de Lisboa, ao mesmo tempo que definia
com detalhe (19 artigos) vários aspetos relativos à sua
administração e direção (corpo diretivo e administrativo, linha
editorial, identificação de fontes e autores, distribuição e
venda, etc.), encarregando a Imprensa Nacional da sua impressão,
sob a responsabilidade do seu Administrador Geral.
Desse longo decreto, destacamos o seu art.º 9, pelo seu alcance
preventivo e “higienizador”: «O Governo poderá chamar a atenção
do publico, ou esclarece-lo, por meio do Diário, em forma de
artigo de fundo, quando isso for conveniente; em regra, porém
não haverá artigo de redacção, e em caso nenhum polémica
jornalística.»
A área
oficial ficou reservada para a publicação dos «Boletins do Paço,
as Leis e Regulamentos, os Decretos e mais Diplomas Regios e
Actos do Governo, ou quaesquer outros documentos oficiais,
emanados directamente das Secretarias d’Estado ou precedentes
dos Tribunaes e Repartições publicas, ou das auctoridades e
empregados da dependência de cada um dos Ministérios.» Também se
deixava em aberto a possibilidade de publicar «documentos
estatisticos que possam interessar ao publico», desde de que
relacionados com a administração do Estado. Na área não oficial
incluíam-se «as sessões das duas Câmaras Legislativas, ou os
extractos d’ellas no maior desenvolvimento possível, as notícias
estrangeiras, a cotação diária dos fundos nacinaes e
estrangeiros, os preços correntes dos géneros, o boletim do
serviço maritimo das differentes barras do reino, os documentos
legislativos de outros paizes, os artigos puramente literários
ou scientificos, ou sejam originaes ou traduzidos.» (art.º5 do
decreto de 31
de outubro de 1859).
Para a primeira direção foram nomeados: José Maria Latino
Coelho (diretor), Francisco Vieira da Silva
(subdiretor); D. Luiz da Cunha Menezes (secretário),
Guilherme Celestino e Miguel Joaquim Marques Torres
(tradutores) e Firmino Augusto Ferreira Marecos (fiscal
da Impressão). O Administrador da Imprensa Nacional era, na
época, João de Andrade Taborda. O novo título resistiu
cerca de 9 anos. |