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LUUANDA
Luandino Vieira

A imprensa não-alinhada remeteu-se praticamente ao silêncio para não ampliar o eco da campanha. Ainda assim, foi suficientemente ruidosa para tentar alguns a tirar dela proveitos. Referimo-nos ao “caso” da edição do Luuanda que apareceu no final do ano de 1965, referenciada a uma suposta editora brasileira, «Eros», de Belo Horizonte, Brasil. Na verdade, foi feita à revelia do autor e, de acordo com uma denúncia apresentada e julgada mais tarde, foi impressa em Braga, por iniciativa de dois agentes da PIDE! Por falta de provas, o caso não teve consequências. Mas as surpresas associadas ao Luuanda não se ficam por aqui: estranhamente, o livro não chegou a ser proibido, o que só aconteceu em 1972, quando as Edições 70 tomaram a iniciativa de fazer a primeira edição oficial em Portugal. Um bloqueio apenas superado depois da revolução de 1974.

 

A extinção da SPE, e a necessidade de explicação dos contornos da relação dessa decisão com Luuanda, deu origem ao opúsculo de Joaquim Paço de Arcos, A dolorosa razão duma atitude : para a história da Sociedade Portuguesa de Escritores e do seu fim, logo em 1965, que fica como importante testemunho.

 

Desde então, Luuanda já conheceu mais de uma dezena e meia de edições e foi traduzido para russo, alemão, checo, dinamarquês, sueco, inglês, italiano, polaco, espanhol. Em 2006, Luandino Vieira recebeu o Prémio Camões.

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