Recortes de imprensa:

“O despacho de extinção da Sociedade Portuguesa de Escritores”. Diário de Lisboa, 21 de Maio de 1965, p. 10

“A Fundação Gulbenkian vai rever a sua política em matéria de patrocínio de prémios"; "Estranheza em Angola pela atribuição de um prémio da Sociedade Portuguesa de Escritores”. Diário de Notícias, 21 de Maio de 1965, pp. 1-2

“Dissolvida pelo Ministro da Educação a Sociedade Portuguesa de Escritores”; “Foi assaltada ontem à noite, em Lisboa, a sede da Sociedade Portuguesa de Escritores que sofreu avultados prejuízos materiais”. ABC – Diário de Angola, 22 de Maio de 1965, pp. 1 e 9

“Por despacho do Ministro da Educação Nacional foi extinta a Sociedade Portuguesa de Escritores. Demissão de directores e sócios e telegramas de protesto de todo o país”. Diário de Notícias, 22 de Maio de 1965, pp. 1 e 5

“Dissolvida a Sociedade Portuguesa de Escritores por um despacho do Sr. Ministro da Educação Nacional”. O Século, 22 de Maio de 1965, pp. 1-2

“O caso da Sociedade Portuguesa de Escritores”. República, 22 de Maio de 1965, p. 8

“A Nação unida em defesa da sua dignidade”; “Opinião em Luanda: A Sociedade Portuguesa de Escritores esqueceu que há homens que combatem e morrem”. Diário da Manhã, 23 de Maio de 1965, pp. 1 e 8

“14 «homens de letras» de Angola apoiam a atitude do Governo ao dissolver a Soc. Port. de Escritores”. ABC – Diário de Angola, 23 de Maio de 1965, pp. 1 e 12

“A extinção da Sociedade de Escritores”. O Século, 23 de Maio de 1965, pp. 1-2

“A extinção da Sociedade Portuguesa de Escritores. Novo comunicado da Associação dos naturais de Angola”. Diário de Notícias, 24 de Maio de 1965, p. 7

“«Luuanda» e o prémio «Mota Veiga»”. ABC – Diário de Angola, 24 de Maio de 1965, pp. 1 e 12

“A Nação apoia a decisão do Governo no caso da Sociedade de Escritores”. Diário da Manhã, 25 de Maio de 1965, pp. 1 e 7

“A Nação apoia a decisão do Governo no caso da Sociedade de Escritores”. Diário da Manhã, 25 de Maio de 1965, pp. 1 e 7

“A propósito do prémio de novelística, entendem os meios intelectuais de Angola a necessidade de guarnecer a «trincheira» da cultura portuguesa e defendê-la das infiltrações do inimigo”. Diário de Notícias, 25 de Maio de 1965, p. 7

“O caso do prémio de novelística. A repercussão na Província de Angola d decisão do Ministério da Educação Nacional”. Diário de Notícias, 25 de Maio de 1965, p. 8

“O caso da S. P. E.: A reacção de Angola numa palestra radiofónica do escritor Ferreira da Costa”. Diário da Manhã, 27 de Maio de 1965, p. 1

“Divulgada a sentença que condenou Luandino Vieira a catorze anos de prisão. Provou-se que o réu pretendia fazer explodir bombas de plástico em Luanda para aterrorizar a população civil e que queria separar da Metrópole a Província de Angola”. Diário de Notícias, 27 de Maio de 1965, pp. 1 e 5
 

LUUANDA
Luandino Vieira

O governo, pressionado por esta imprensa reacionária que o responsabilizava por aquele «caso vergonhoso» ‒ fruto da sua própria incúria, incompetência e frouxidão face às múltiplas ameaças que, de dentro e de fora, estreitavam o seu cerco, pondo em perigo a ordem e o status quo ‒, tinha de salvar a face e sossegar as suas hostes. Além do mais estava em preparação a celebração do 28 de Maio que para cumprir o seu propósito tinha de revestir-se de toda a dignidade e refletir a unidade da nação. Nos dias seguintes, desenvolveu-se uma intensa campanha na imprensa da metrópole e do Ultramar contra a SPE, contra Luandino Vieira e contra os intelectuais não-alinhados, alimentada pelo ritmo das medidas repressivas adotadas pelo governo e por um ativismo reacionário e populista, que tomou a forma de manifestações, homenagens aos soldados mortos na guerra em África, recolha de fundos para compensar as famílias ofendidas, manifestos e outros eventos. Entretanto, a Sociedade Portuguesa de Escritores foi extinta (21 de Maio de 1965) e alguns dos seus membros foram submetidos a interrogatórios na PIDE; a sua sede foi assaltada e destruída por um grupo de homens encapuçados (22 de Maio de 1965); em Angola, as autoridades administrativas abriram um inquérito para esclarecer a atribuição de prémios a Luandino Vieira, cujos resultados nunca foram divulgados.

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