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Recortes de imprensa:
"Prontuário das Letras", por Fernando Assis Pacheco.
República. Sup. Artes e Letras, 25 Maio 1972, p. VII.
Publicidade. Diário Popular, 1 Junho 1972, p. 7.
Publicidade. República, 1 Junho 1972, p. 9.
Publicidade. Diário de Lisboa. Sup. Literário,
2
Junho 1972, p. 7. |
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DINOSSAURO
EXCELENTÍSSIMO
José Cardoso Pires, com ilustrações de João Abel Manta
Decorria a 42.ª edição
da Feira do Livro de Lisboa (23 de Maio a 11 de Junho),
entre outras. Para espanto de muitos, o
Dinossauro
Excelentíssimo
deambulou alegremente pela Avenida da Liberdade e foi exibido
nas montras das livrarias sem suscitar qualquer reação, pelo
menos audível, do aparelho de Censura, embora constituísse uma
sátira, bastante óbvia, a Oliveira Salazar e ao seu repressivo e
velho Estado Novo. Um inacreditável exercício de humor
sarcástico, publicado ainda em período de luto ou nojo devido a
um Chefe do Governo ainda há pouco tempo falecido (Julho de
1970), segundo algumas sensibilidades; uma corajosa e
mobilizadora afronta ao odioso regime ditatorial, para muitos
mais.
De facto, a publicação do
Dinossauro
Excelentíssimo ganhou visibilidade na imprensa, quer por via “publicitária”,
quer através de algumas
notícias e recensões críticas que,
na medida do que era possível, procuravam acirrar a curiosidade
dos leitores, com sugestivas referências à realidade histórica
que a fábula de José Cardoso Pires recriava, com o objetivo de
obstar e
desmascarar a estratégia de apagamento e reciclagem da memória
pública sobre o governo ditatorial de António Salazar, fomentada
pelos seus fiéis e saudosos apoiantes e pelo próprio poder
político, chefiado por Marcelo Caetano.
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