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Durante 90 anos, o País não teve as condições políticas e
financeiras para a empreitada, pelas crises económicas ou pelas
guerras, mas a imprensa da época identificava uma causa:
“anteriormente à Revolução Nacional não foi possível realizar
obra construtiva, porque Salazar não existia.” (Revista
Municipal, 110-111, 1966: 12) Apenas em 1933 se regista
a primeira iniciativa governamental, por intermédio do então
ministro das Obras Públicas e Comunicações, engenheiro Duarte
Pacheco (1900-1943), para um troço diferente (Beato-Montijo),
chegando-se a 1953, quando um despacho conjunto dos ministros
das Obras Públicas, José Frederico Ulrich (1905-1982), e das
Comunicações, engenheiro Manuel Gomes de Araújo (1897-1982),
cria a comissão de estudo. Os trabalhos arrancam no final de
1962. A revista Arquitectura (Maio-Junho de 1966) dá
conta de pormenores técnicos interessantes: a localização
escolhida permitiria uma distribuição conveniente do tráfego que
se dirigia de Lisboa para a zona industrial (a nascente da
autoestrada do sul) e para a zona residencial e turística (a
poente desta autoestrada). Foram feitos estudos de fotomontagem
para se perceberem os impactos na imagem local, concluindo-se que a gama dos vermelhos-alaranjados era a que melhor se
enquadrava na ambiência de Lisboa, “harmonizando-se
perfeitamente com a tonalidade média da cidade que é rosa-claro”
– “a ponte não prejudica a paisagem e antes constitui um
elemento da sua valorização (Arquitectura,
Maio-Junho de 1966: 127), e "Lisboa ganhou nova fisionomia" (Ilustração
Portuguesa, 1 de Outubro de 1966: 4, 5). |
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