No dia 13 de dezembro de 1967, Lisboa perdia uma das suas mais
emblemáticas salas de espetáculo.
O Teatro Avenida, mandado construir por Miguel
Ângelo Lambertini, a funcionar desde 1888 na Avenida da
Liberdade, era consumido pelas chamas. Por esta sala passaram
todos os "grandes" do teatro português: Estêvão Amarante,
Palmira Bastos, Luísa Satanela, Alves da Cunha, Eunice Muñoz,
Eduardo Brazão, Taborda, João Villaret.
"Menos um Teatro em Lisboa" era a manchete do Diário
de Lisboa do dia seguinte. Na verdade, ardia o
"teatro do Estado", já que o Avenida era a nova casa da
Companhia do Teatro Nacional, de Amélia Rey Colaço, desde que em
dezembro de 1964 um outro incêndio destruíra o D. Maria II.
Juntam-se às salas de espetáculo lisboetas destruídas pelo fogo
o Teatro Variedades (em 1966) e o Cinema Condes (em outubro de
1967). A este propósito, O Século Ilustrado,
no seu dossiê especial última-hora, apresenta uma cronologia de
"teatros portugueses destruídos por incêndios", uma extensa
lista inaugurada pelo Teatro da Ópera do Tejo, consumido na
sequência do terramoto de 1755.
"Será normal que quatro teatros ardam em tão curso período?". A
pergunta surgia na 1.ª página do jornal República,
que apresentava a idade dos edifícios, as deficientes condições
de segurança e a incúria como causas principais.
"Podia ser pior!", lê-se no Diário de Lisboa.
De facto, o curto-circuito que parece ter estado na origem do
fogo aconteceu cerca das 21:00, antes da entrada do público para
a peça "Feliz aniversário", então em cena.
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