Veja a canção vencedora

Uma vez mais houve eliminatórias. Na primeira, destacam-se para a final os SARL (Sociedade Artística e Recreativa Lusitana), Madi e Manuel José Soares; na segunda, Bric-à-Brac, Dina e Doce; e, na terceira, José Cid, Zélia e Quarteto Música em Si. A atuação de José Cid já fazia adivinhar o seu favoritismo para a final: “canção mais profissional e, ao mesmo tempo, agradável, forte e despretensiosa” (Correio da Manhã). Já com a presença de uma orquestra, o São Luiz voltou a receber o festival. As Frenéticas, grupo brasileiro popularizado na novela Dancin’ Days, fizeram a abertura da gala e, durante o seu ensaio, expulsaram os jornalistas da sala e reclamaram contra as condições de som. Houve quem escrevesse que a abertura não deveria ter sido feita por brasileiras (Diário de Notícias). Lá se resolveu! Mas, para além da vitória esperada de José Cid, a grande, grande novidade viria a ser a transmissão a cores para todo o país, pela primeira vez na história da televisão portuguesa. Em ano charneira, também o foi para novos artistas, que participaram neste festival em bom número, e para uma maior consciência na indumentária, encenação e sonoridades europeias da música pop. Na Haia, a delegação portuguesa teve esperanças num grande resultado: “José Cid vai mesmo ganhar o Festival da Eurovisão?” (Diário Popular). A canção portuguesa era apontada por muitos como favorita, mas a promoção não foi suficiente, apenas igualaria a melhor classificação (7.º lugar). Quem viria a ganhar (Johnny Logan) apostara, porém, na canção portuguesa desde o primeiro momento em que a ouvira. Na vizinhança, em Bruxelas, celebrava-se o Festival da Canção da Contra-Eurovisão, em protesto contra a comercialização do Eurofestival da Canção, onde Portugal esteve representado por Sérgio Godinho. Outro festival!

 
       
 

TV Guia, 15 a 21 de Março de 1980, pág. 23
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