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As notícias dão conta de todos os pormenores da inauguração, para a qual foram convidadas 12.000 pessoas: os discursos, a bênção, a queda das bandeiras nacionais por comando à distância e o cortejo automóvel. Às 15h00, a Ponte é aberta ao público. “Um Austin-Seven verde, com a matrícula DC-72-48, foi o primeiro automóvel a entrar no tabuleiro da ponte na saída de Lisboa para a Outra Banda”, num ambiente em que os automobilistas formaram “uma serpente monstruosa” (Diário de Notícias, 7 de Agosto de 1966: 11) – “a ponte foi o centro de romaria domingueira” (Diário de Lisboa, 7 de Agosto de 1966: 1), com mais de 82.000 veículos e 500.000 pessoas nas primeiras 24 horas. Houve cortejo fluvial e todas as forças armadas participaram na cerimónia. Afluíram milhares de pessoas, para assistir à inauguração, que esgotaram a lotação hoteleira da capital e arredores – “onde não há um quarto vago” (Diário de Lisboa, 5 de Agosto de 1966: 10). Na edição do domingo seguinte à inauguração, em que o tabuleiro se encheu de viaturas movidas pela curiosidade dos seus passageiros, com “monumental engarrafamento”, e os barcos da travessia se apresentaram quase vazios, o jornalista entrevista a Ponte: – “Senhora dona Ponte, dá-me licença?” (Diário Popular, 7 de Agosto de 1966: 7).

Diário de Lisboa, 7 de agosto de 1966, 1