col. Biblioteca Museu República e Resistência


É mais um discurso na primeira pessoa, aquele que é feito por Costa Dias no livro Flandres : notas e impressões, editado em Lisboa, em 1920, pela Imprensa Libânio da Silva. Professor da Escola Militar e capitão da Administração Militar. Se não participou militarmente na Guerra, considera ainda assim ser possuidor de um testemunho pelo “pouco que vi e muito que senti na jornada da Flandres”: “Seja permitido agora exteriorizarem as suas impressões aqueles que, pela natureza dos seus cargos, menos arriscados e portanto menos brilhantes, não combateram na trincheira, mas que dentro do âmbito das suas funções, com a sua fé e com o seu esforço à Pátria deram o que lhes era pedido dar”.

A primeira parte do livro descreve personagens, paisagens e ambiências, o quotidiano na frente e alguns episódios militares, com uma incursão históricas para tratar a figura de D. Francisco Manuel de Melo; a segunda, detém-se sobre o episódio da Batalha de La Lys, seus antecedentes, e suas consequências, num tom que enfatiza a heroicidade do soldado português.

João Carlos Oliveira | Lisboa, HML, abril 2018