Diário Popular, vespertino, publicou-se entre 22 de setembro de 1942 e 28 de setembro  de 1991, totalizando 16.605 edições. Teve como último diretor Rodolfo Iriarte, e como último proprietário a Sociedade Editora Record, Lda. (SERL).

Última edição:
Ano 50 / N.º 16.605 / sábado, 28/09/1991




Diário Popular Ano 50
suplemento à edição de 20/09/1991
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Diário Popular Ano 50
suplemento à edição de 23/09/1991
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DIÁRIO POPULAR

Passaram 28 anos sobre o desaparecimento do Diário Popular. O último número foi o 16605, de sábado, 28 de Setembro de 1991. Tal como hoje o país estava em vésperas de eleições legislativas, agendadas para 6 de outubro! A campanha ocupava a atenção do país e dos jornais… O que não inibiu o Diário Popular de assinalar, por antecipação, o 50.º ano de vida, pois nascera a 22 de Setembro de 1942. Publicou, então, dois suplementos especiais (edições de 20 e 23 de Setembro), a fim de proporcionar aos leitores “uma viagem através de meio século”, com itinerário marcado nas primeiras páginas das edições pretéritas, e que reproduzimos pelo seu interesse documental. A prática da comemoração dos aniversários não era inédita e a dos 50 anos justificava uma festa em grande. Mas o silêncio do diretor, Rodolfo Iriarte, não terá passado despercebido aos mais atentos. Por que não renovava o voto de confiança no futuro do Diário Popular, tal como fizera, quando tomara posse, após a reprivatização do jornal, em Julho 1989? A realidade não o permitia, pois desde que fora adquirido pela Sociedade Editora Record, Lda. (SERL) - ligada ao grupo P.E.I., à Invesmedia, à distribuidora V.A.S.P. e ao empresário Stefano Saviotti - o jornal não parara de definhar. Primeiro, foram “suspensos” os seus suplementos e depois, paulatinamente, foi diminuindo o número de páginas, foram descendo as tiragens, foi rareando a publicidade e foi encolhendo a equipa redatorial: uns partiram, lançando despedidas emocionadas, outros foram saindo pela calada; também entraram novos, mas nunca em número suficiente para justapor às “baixas”. Qual o epílogo que traduz com mais fidelidade a história da privatização do Diário Popular: os jornais também se abatem ou foi tudo um sonho?

O fim do Diário Popular, a 28 de Setembro, foi anunciado na primeira página, em letras garrafais, com a reprodução de um comunicado datado da véspera: “A Gerência, mandatada para o efeito pelos sócios da SERL – Sociedade Editora Record, Lda., comunica a decisão dos investidores de suspender a publicação do jornal «DIÁRIO POPULAR»”. Apenas dois jornalistas contestaram a decisão: Bernardo de Brito e Cunha, que assinava há dois anos a “Crónica BBC”, e a comparou a “uma eutanásia que ninguém pedira”; e Neves de Sousa, jornalista desportivo do já extinto Diário de Lisboa, que publicou um pequeno comentário intitulado «Canhões contra fisgas» - duas leituras que valem o esforço para serem localizadas nas 32 páginas de edição.

Resta dizer que para garantia do título a edição foi continuada mais sete anos, com a publicação de um número anual. O último na coleção da Hemeroteca é o N.º 16612, de 27 Setembro 1999.


                



 
 

 

        






































































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