►
Alexandre Herculano
"Eleito deputado pelo
partido Cartista, fez parte da «comissão de
instrução pública», no quadro da qual
desenvolveu um trabalho relevante, mas
acabou por ser afastado e abandonou o
Parlamento. Retoma então o seu cargo de
redactor principal d’ O Panorama e
dedica-se à redacção e publicação de obras
como: Cartas sobre a História de Portugal
(1842); Apontamentos para a História dos
Bens da Coroa e Forais (1843-44), O
Bobo (1843), Eurico o Presbítero
e O Pároco da Aldeia (1844), e o
primeiro volume da sua História de
Portugal (1846), entre outras. Mas a
política centralizadora e repressiva
desenvolvida durante os governos de Costa
Cabral (1842-46 e 1849-51), que repudiava
veemente, por um lado, e a reacção clerical
à negação do milagre de Ourique sustentada
na sua obra historiográfica maior, por
outro, despertou nele o polemista e
aproximou-o da oposição. Terá mesmo sido em
sua casa que se congeminou o golpe que,
apoiado por cartistas (adversos a Costa
Cabral) e setembristas moderados, e
encabeçado pelo marechal Saldanha, pôs fim
ao cabralismo e marcou o início da
Regeneração (1851)." Estudo da autoria de Rita Correia (HML).
Ver texto.
►
Álvaro Pinto
"Nasceu
a 29 de Novembro de 1889, em Barca de Alva,
freguesia da raia, localizada na margem
esquerda do Douro, parte integrante do
concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, no
distrito da Guarda. Iniciou estudos em
Bragança, de onde seguiu para o Porto, por
volta de 1902 (teria então 13 anos de
idade), para frequentar o Liceu Central e,
posteriormente, a Escola Politécnica.
Matriculou-se ainda na Escola Médica que
acabou por abandonar, ao fim do 1.º ano,
para se dedicar integralmente à imprensa,
como jornalista, mas também como editor e
dinamizador cultural, actividades que
desempenhou com reconhecido mérito."
Estudo da autoria de Rita Correia (HML).
Ver texto.
►
António
José de Almeida
"Nasceu em Vale da Vinha,
concelho de Penacova, no ano de 1866.
Formou-se em medicina, na Universidade de
Coimbra, e chegou a exercê-la, mas foi a
actividade política que lhe modelou a
carreira e a vida. O
Ultimatum, de 11 de Janeiro de 1890,
apanhou-o no primeiro ano do curso e fez
dele um republicano firme e empenhado.
Começou como propagandista em folhas
académicas e, cerca de 30 anos depois, em 6
de Agosto de 1919, era eleito Presidente da
República Portuguesa, cargo que ocupou até 5
de Outubro de 1923. A vida de António José
de Almeida é, pois, inseparável da história
e das ideias do próprio movimento
republicano. E por elas se revela,
desdobrado em duas escalas, a do homem e a
do colectivo, um trajecto muito específico:
o da escalada ao poder."
Estudo da autoria de Rita Correia (HML).
Ver texto.
►
António Rodrigues Sampaio
"António Rodrigues Sampaio nasceu na freguesia de
S. Bartolomeu do Mar, do Concelho de Esposende, a 25 de Julho de
1806, faleceu em Sintra a 13 de Setembro de 1882. Quem com ele
confraternizou enaltece-lhe a generosidade e o desprendimento em
relação aos bens materiais, a candura e a firmeza na defesa dos seus
ideais. Os que lhe seguem o rasto por entre as inúmeras publicações
que serviram de suporte ao seu pensamento político não deixam de se
surpreender com a elegância e o arrebatamento do seu estilo." Estudo
da autoria de Rita Correia (HML).
Ver texto.
►
Bernardo Marques
"Apareceu na cena das
artes plásticas de Lisboa, nos anos 20. Partilhou as mesmas
inquietações e linguagens estéticas da segunda geração modernista.
Quem lhe estudou a obra e os caminhos trilhados descreve-o como um
homem afável, discreto, atento ao que se passava e profundamente
envolvido com o seu trabalho. Se não lhe encontrava “piada”
bloqueava ou esgotava-se em esboços rejeitados." Estudo
da autoria de Rita Correia (HML).
Ver texto.
►
Bulhão Pato
"
Por acaso feliz ou destino providencial, o nome de família veio a revelar
uma dimensão icónica em relação ao homem e ao poeta que se fez: um
romântico e um liberal desiludido, a quem o frustrar de sonhos e
expectativas despertou para a sátira e para o culto da memória. Com
a mesma intensidade emocional com que, nos primeiros anos, cantava o
amor e a natureza, descrevia as paisagens e os costumes, usou da
rima para criticar a corrupção dos homens e das instituições, e
chorar as mudanças trazidas pelo “progresso”, essa força que
significava a destruição do mundo que conhecera e o desaparecimento
daqueles que tanto amara e venerara. Contra o esquecimento e o
desmerecimento dos novos redigiu as suas memórias. Revelou-se então
o combatente, o indignado, enfim, um bulhão." Estudo
da autoria de Rita Correia (HML).
Ver texto.
►
Charles Dickens
"Foi escritor,
jornalista e fundador de jornais (Bentley’s
Miscelania by Boz em 1836, Daily News em
1846, Dombey
and Son em 1847, Household Words em
1849-1859 e a sua continuação All the Year Round,
de 1859 a 1968). Também, o mais célebre e
popular romancista na e da Era Vitoriana
pois Dickens, a partir de 1858, tornou-se
lecturer -
era convidado para ler os seus livros em
“sessões públicas”
que atingiam tal intensidade dramática
ao ponto de provocar desmaios nas senhoras
da plateia. Foi ainda considerado o último
escritor do Romantismo Inglês (1800-1850) e
um dos introdutores da crítica social na
Literatura Inglesa do seu tempo."
Biobibliografia por Helena Roldão (HML). Ver
texto.
►
Eduardo de Noronha
"Para quem
procura descobrir na imprensa e nos livros
quem foi Eduardo de Noronha, o primeiro
traço do seu perfil a definir-se é o do
ecletismo: possuía tantos e variados
interesses. Mas quem com ele partilhou os
dias, como o jornalista Acúrsio Pereira,
enaltece-lhe o 'Saber Esperar', enquanto
'divisa que traduz confiança serena em si
próprio, confiança no futuro'. Gaba-lhe a
versatilidade revelada em África, naqueles
tempos em que os homens «tinham de
desdobrar-se, de multiplicar-se'. E
recorda-o, novamente em solo pátrio,
atravessando o Chiado, 'com o seu chapéu
alto, o seu fraque irrepreensível, a sua
gravata clara, o seu triunfal cravo na
lapela, o seu sorriso de simpatia, a sua
palavra acolhedora, e uma perna claudicante
por malfeitoria de uma bala." Estudo por Rita Correia (HML). Ver
texto.
►
Emmérico
Nunes
"Emmérico Nunes nasceu em Lisboa, a 6 de
Janeiro de 1888, e viria a falecer em Sines,
no ano de 1968. Notabilizou-se sobretudo
como desenhador humorístico,
caricaturista e ilustrador, com obra
vastíssima, em jornais, revistas, magazines
e publicações infantis, nacionais e
estrangeiros. Foi um dos pioneiros do
desenho humorístico e da banda desenhada em
Portugal, detentor de um traço “firme,
minucioso, sarcástico, com uma agudeza de
causar vertigens”, onde são notórias as
influências, ainda que leves, de Sem ou de
Bruno Paul, mas também da caricatura alemã.
Foi um dos caricaturistas portugueses que
maior fama europeia alcançou, fruto dos
trabalhos publicados em prestigiadas
revistas humorísticas espanholas, alemãs e
suíças. Foi ainda pintor." Saiba mais
lendo o estudo de Álvaro Costa de Matos
(HML),
Emmérico Nunes, um
Simplicissimus Modernista.
Ver texto.
►
Feio Terenas
"Jornalista,
nascido na Covilhã em 5 de Novembro de 1850, desenvolveu uma intensa
actividade como director ou colaborador de inúmeras publicações
periódicas. Fundou, em 1878, em Lisboa, com Abílio Roque de Sá
Barreto, Emídio Garcia e Rodrigues de Sousa, o primeiro jornal que
hasteou a bandeira republicana, intitulado
O Partido do Povo,
e, em, 1885, o Diário da Tarde,
com Gomes da Silva. Foi redactor de
A Batalha,
de A
Democracia, tendo substituído várias
vezes o seu director, Elias Garcia, e ainda do
Archivo Republicano,
da Enciclopédia Republicana,
da Galeria Republicana,
da República
e de O Século.
Dirigiu A Vanguarda
e A Revolução
de Janeiro, depois substituída pela
Tribuna.
Foi, com Rodrigues Sampaio e Pinheiro Chagas, um dos fundadores da
primeira associação de imprensa existente em Lisboa."
Estudo de Jorge Trigo.
Ver texto.
►
Fialho de Almeida
"Foi
uma figura no seu tempo. A originalidade que
irradiava vinha-lhe do berço, ainda que a
fosse cultivando ao longo da vida.
Pessoalmente, descrevem-no como um homem
pequeno, tímido, inseguro e de temperamento
instável. Retrato que nada condiz com a sua
imagem pública, que combina a extravagância
no vestir, a frequência dos círculos
intelectuais e boémios de Lisboa, e uma
postura provocante, acintosa mesmo, com
tradução na mordacidade, que temperava quase
tudo o que escrevia. Não media a acutilância
das palavras, que manejava com rasgos de
génio. E não poupava ninguém, fosse
instituição, personalidade, partido ou grupo
social."
Estudo da autoria de Rita Correia (HML).
Ver texto.
► Francisco Marques Sousa
Viterbo
"Nasceu no Porto, a 28 de Dezembro de 1845.
Morreu em Lisboa, a 29 de Dezembro de 1910. A cidade, que testemunhou
a sua prolongada doença, chorou-o como se
choram os mártires. Mas quem com ele privou,
guardou a memória de um lutador venturoso.
Nem a cegueira que se declarou a partir de
1879 e, progressivamente, lhe foi
ensombrando os dias, nem tão pouco a
paralisia dos membros, o impediram alguma
vez de enfrentar a torrente imparável dos
dias com a mesma paixão pela vida."
Estudo da autoria de Rita Correia (HML).
Ver texto.
►
Frederico Ressano Garcia
"Foi
engenheiro e chefiou a Repartição Técnica da
Câmara Municipal de Lisboa no final do
século XIX. Nessa qualidade liderou a
concepção e a implantação do primeiro
projecto de expansão da cidade, no qual se
definiram estruturas tão marcantes como a
Avenida da Liberdade, as Avenidas Novas
(tendo como eixo a Avenida das Picoas,
actual Avenida República, e estabelecendo a
ligação ao Campo Grande), o prolongamento da
Avenida 24 de Julho, de Santos a Alcântara,
os bairros de Campo de Ourique e da
Estefânia, a construção da linha de Cintura
e da Linha de Sintra, a construção do
mercado da Ribeira Nova, entre muitas outras."
Estudo da autoria de Rita Correia (HML).
Ver texto.
►
D. João da
Câmara (1852-1908): «um poeta fidalgo»
"Os amigos mais próximos tinham-no como uma
«creatura philosophica e mysteriosa»,
exprimindo assim a surpresa ou a
incompreensão que lhe causava a
personalidade e as opções de vida de João
Gonçalves Zarco da Câmara." Empregou-se
então nos caminhos-de-ferro, aos quais
ficará para sempre ligado. (...) Mas a sua
predilecção pelas letras há muito que o
levavam a percorrer, em paralelo, outros
carris. E foi pelo teatro que iniciou a
viagem, era ainda estudante no Colégio de
Campolide: em 1873, redigiu os dramas, O
Diabo e Nobreza; o monólogo em
prosa e verso, Charadas e charadistas;
e em 1874, por altura do Entrudo,
aventurou-se na comédia, com Bernarda no
Olympo. Dois anos depois, a 19 de
Dezembro de 1876, estreava-se como autor no
Teatro D. Maria com a comédia Ao pé do
fogão." Descubra mais sobre este "poeta
fidalgo" lendo o estudo de Rita Correia (HML).
Ver texto.
►
Jorge Barradas
"Jorge Barradas,
o 'Barradinhas' como era conhecido pelos
amigos, nasceu em Lisboa, em 1894, e viria a
falecer em 1971. Frequentou a Escola de
Belas-Artes, a partir de 1911, mas não
concluiu o curso. Durante muitos anos e até
1924 dedicou-se praticamente só à
ilustração, ao desenho humorístico e à
publicidade. Colaborou durante este período
em vários jornais e revistas, com destaque
para o ABC, Ilustração,
Diário de Lisboa, Contemporânea,
Ilustração Portuguesa, O Século
Cómico, Atlântida, Magazine
Bertrand, O Domingo Ilustrado,
Acção, Papagaio Real, Sempre
Fixe (...) Participou, desta forma, numa
tentativa de renovação gráfica protagonizada
por uma geração, inspirada no estrangeiro, e
que atravessa a imprensa periódica e a
publicidade portuguesa nos anos 20." Leia o
texto integral
Jorge Barradas, o
“artista da mulher",
da autoria de Álvaro Costa de Matos
(HML).
Ver texto.
►
Jorge Borges de Macedo
"Jorge Borges de Macedo nasceu em Lisboa a 3
de Março de 1921. Seu pai, José de Macedo,
foi secretário-geral do Partido Republicano
Radical e um defensor da solução federalista
com as colónias, nomeadamente com Angola .
Macedo licenciou-se em 1944 na Faculdade de
Letras de Lisboa em Ciências
Histórico-Filosóficas com a tese A
Situação Económica no Tempo de Pombal -
Alguns Aspectos, estudo que, depois de
publicado, em 1951, “passou imediatamente a
constituir uma obra de referência sobre o
governo e o tempo do Marquês de Pombal”.
Leia
o estudo da autoria de Álvaro Costa
de Matos (HML).
Ver texto.
►
José
Agostinho de Macedo
”A ambiguidade e o arrojo são talvez a marca
dominante da vida e da obra de José
Agostinho de Macedo, nascido em Beja,
em Setembro de 1761. Iniciou a sua carreira
como frade da Ordem dos Gracianos (1778), de
onde foi expulso (1792) - após quatro
sentenças que lhe imputam crimes de
apostasia, de furto, de fuga com
arrombamento e outros delitos graves -, e
terminou-a como “mercenário da palavra”, um
autêntico líder de opinião ao serviço da
Igreja. JAM é um dos últimos redutos
ideológicos das doutrinas absolutistas.”
Estudo da autoria de
Rita Correia
(HML).
Ver texto.
►
Júlio
Eduardo dos Santos
"Nasceu em Lisboa, a 20 de Novembro de 1889
e terá falecido na década de 60 do século XX:
uma das últimas referências que encontrámos
sobre este engenheiro-agrónomo reporta-o
como organizador do catálogo da Exposição
Bibliográfica de Afonso Lopes Vieira,
falecido em 1947. Na obra que Júlio Eduardo
dos Santos deixou encontramos os mesmos
sinais do seu perfil ecléctico e humanista."
Estudo da autoria de Rita Correia (HML).
Ver texto.
►
Stuart de Carvalhais
"Stuart Carvalhais
faleceu há 50 anos. Lisboa deve-lhe uma
galeria de retratos infindável. Perfazem uma
rapsódia desenhada da vida da cidade.
Registos ocasionais do pulsar quotidiano dos
que nela residem ou pormenores do seu
recorte intricado e ondulante. Ele usava os
lápis e pincéis como um fotógrafo faz uso da
câmara. O seu traço denuncia a rapidez
ansiosa com que reproduziu no papel o
instante captado, carregado com a emoção
eruptiva que o surpreendeu." Estudo da
autoria de Rita Correia (HML).
Ver texto.
►
Tomás Júlio
Leal da Câmara
"Nasceu em Pangim, Nova
Goa, a 30 de Novembro de 1876, filho de um
oficial do exército, Eduardo Inácio da
Câmara, e de Emília Augusta Leal. Em 1880,
terminado o serviço que o pai prestava, como
oficial, na Índia Portuguesa, a família
regressou à capital da metrópole, Lisboa,
onde o jovem Leal da Câmara iniciará os
primeiros estudos num colégio. (...) após o
falecimento do pai em Timor, em 1895, Leal
da Câmara desenvolve um percurso artístico
que o desperta para a causa republicana,
pela qual se baterá com a arma do humor
gráfico inteligente e impiedoso, mesmo
perante instituições ou personagens que se
tinham por intocáveis. Numa primeira fase,
foi sobretudo colaborador de periódicos,
como o Inferno. Jornal de Arte e de
Letras (Lisboa, 1896), o suplemento
literário d’A Nação (Lisboa,
1847-1928), a revista Branco e Negro
(Lisboa, 1896-98), o D. Quixote. Jornal
quinzenal (Lisboa, 1896), do qual chegou
a assumir a direcção artística, e Os
Ridículos (Lisboa, 1894-1984)."
Estudo por Rita Correia (HML).
Ver texto.
►
Trindade Coelho
– Apontamento biográfico
"Trindade Coelho é natural de Mogadouro,
concelho localizado no Nordeste, nas famosas
terras Mirandesas encaixadas entre o vale do
Douro e a bacia do Sabor. (...) Certo é que
a febre da escrita cresce na mesma medida
que os quilómetros que o afastam de
Mogadouro. Em 1880, já na Universidade de
Coimbra, onde cursou Direito, colaborou em
vários jornais como, o Progressista
(1882), Coimbra em fralda (1883), o
Imparcial de Coimbra (1884), onde
assinava com o pseudónimo 'Belisário'; e
fundou, outros como, A Porta Férrea
(1881), que se tornou muito popular entre a
academia, e a revista Panorama
Contemporâneo (1883). Simultaneamente,
escrevia crónicas para vários jornais de
província, como Beira e Douro
(Lamego, 1882), O Andaluz (Porto,
1884) e para o Diário Ilustrado, de
Lisboa. Tanta actividade, associada, ao que
consta, com alguma boémia, acabaria por
redundar num 'chumbo' logo no primeiro ano.
Mas, 1885, conclui o curso, já casado e com
um descendente. Dedica-se à advocacia, mas a
vida não lhe corre de feição". Estudo da
autoria de Rita Correia (HML).
Ver texto.