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Todos os acessos estariam concluídos dentro de poucos meses. A construção da Ponte teve um papel facilitador da comunicação viária entre o norte e o sul do País, mobilizador para o desenvolvimento industrial da margem sul, bem como uma importância complementar para a estratégia de desenvolvimento agrícola do Alentejo (em articulação com o Plano de Rega) e fundamental para uma visão de desenvolvimento turístico da capital (em articulação com o Plano Diretor do Desenvolvimento da Região de Lisboa) e do território a sul com potencial turístico (em articulação com as perspetivas de investimento em Troia e no Algarve). A imprensa sublinhava as palavras do Ministro das Obras Públicas: “A verdadeira importância económica da obra está longe de confinar-se aos seus aspectos mais espectaculares” [engenheiro Arantes e Oliveira (1907-1982)]. Com a abertura da Ponte, previam-se 2.300.000 novos habitantes nas duas margens, nos 19 anos seguintes, através de “uma polinucleação de Lisboa e dos seus aglomerados periféricos, no aproveitamento racional dos territórios em torno dos estuários do Tejo e do Sado, no fomento dos núcleos que possam ter vida própria, tanto quanto possível independente da capital (muito em especial a sul do Tejo), e no desenvolvimento moderado dos aglomerados existentes ao longo das três linhas tentaculares da capital (de Cascais, Sintra e Vila Franca de Xira)” (Diário de Lisboa, suplemento de 6 de Agosto de 1966: 9). Na outra margem, escrevia-se: “Para a maioria dos habitantes de Almada a Ponte é um recurso para os dias maus” (Jornal de Almada, 7 de Agosto de 1966: 1). A Ponte abria novas perspetivas comerciais e industriais à expansão do porto de Lisboa, na margem esquerda do rio. Obras previstas no Plano Intercalar, em vigor, e no futuro III Plano de Fomento.

Jornal de Almada, 7 de agosto de 1966, 1