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Os festejos continuaram nesse dia até madrugada, em cada um dos lados. À noite, a Câmara Municipal deu uma “recepção esplenderosa”(Revista Municipal, 110/111, 1966: 16) a muitos convidados e houve fogo-de-artifício em ambas as margens, em honra da “ponte luminosa” (O Século Ilustrado, 13 de Agosto de 1966: 1). Na Feira Internacional de Lisboa, esteve patente uma exposição retrospetiva, desde a primeira intenção de construir uma ponte, e Amália cantou para convidados em Queluz. Nos dias seguintes, ainda houve bailado nos Jerónimos, a inauguração da exposição “Lisboa e o Tejo” no Palácio das Galveias, uma tourada à antiga portuguesa no Campo Pequeno e um desfile de carros alegóricos na Avenida da Liberdade. Na margem Sul, houve diversos acontecimentos religiosos, musicais e pirotécnicos e, ainda, uma marcha triunfal no dia seguinte à inauguração (O Distrito de Setúbal, 26 de Julho de 1966: 1) – “missão cumprida” (TV, 18 de Agosto de 1966: 13)!

Este era “um sonho-projecto de 1876” (TV, 4 de Agosto de 1966: 7), inicialmente previsto pelo engenheiro Miguel Pais (1825-1888), e nas vésperas da inauguração o mesmo periódico anunciava: “Ver para crer é cada vez mais uma divisa da tv. (…) A R.T.P. vai dizer muita coisa ao País, abrindo simplesmente os olhos das suas câmaras para os olhos dos que virem tanta coisa.” Foi utilizado um helicóptero, pela primeira vez, e um carro de exteriores da Televisão Espanhola (Jornal de Notícias, 12 de Agosto de 1966: 17). A retransmissão seria projetada, também, na sala de cinema do Cine-Teatro Monumental, com lotação para 1600 espectadores, não havendo qualquer importância acrescida a pagar pelo espetador.

O Distrito de Setúbal, 9 de agosto de 1966, 1