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“A Salazar o que é de Salazar” talvez não fosse a frase mais acertada, dado que o Presidente do Conselho de Ministros teve alguns receios em arrancar com esta empreitada e que o seu nome parece ter sido imposto, contra a sua vontade, por quem com ele lidava mais de perto – “um segredo… público” (O Primeiro de Janeiro, 3 de Agosto de 1966: 5), quase até ao dia da inauguração.

No “primeiro dia da Ponte” (O Século Ilustrado, 13 de Agosto de 1966: 24), às dez e meia em ponto, ouve-se o hino nacional, “enquanto no forte de Almada uma bateria dá os 21 tiros da ordenança em salvas compassadas. Lá longe, sobre o rio, sobe um foguete que estoira e deixa um rasto de fumo. E mais foguetes e morteiros rebentam nas alturas, anunciando o começo da cerimónia”, lia-se na edição, do dia seguinte, do Diário de Notícias (Diário de Notícias, 7 de Agosto de 1966: 6), que publica uma edição especial e mais alargada (32 páginas), com textos, fotografias e anúncios de publicidade – A Ponte nascera “estrela”, “graças a Deus” e para “serviço da Nação”. Era a “vedeta do dia” (Diário de Lisboa, 7 de Agosto de 1966: 14). E aquele foi considerado um “momento inolvidável” (O Distrito de Setúbal, 9 de Agosto de 1966: 1).

Diário de Notícias, 7 de agosto de 1966, 1