Efemérides | Ressano Garcia (1847-1911): no Centenário da sua Morte
 
 



 

 

 


A Câmara Municipal de Lisboa, numa iniciativa conjunta da Hemeroteca Municipal, Gabinete de Estudos Olisiponenses e Arquivo Municipal, comemora em 2011 o Centenário da Morte de  Frederico Ressano Garcia.

No programa de actividades que preparámos, e que pode consultar aqui, celebramos o Homem, o Político (deputado e ministro pelo Partido Progressista), o Jornalista (no Progresso e no Diário Popular), e o Gestor (da Companhia das Águas, dos Fósforos e dos Caminhos de Ferro de Lourenço Marques). Para saber mais, leia aqui a sua biografia, da autoria de Rita Correia.

Ao serviço da Repartição Técnica da Câmara Municipal de Lisboa, Ressano Garcia protagonizou, a partir de 1874, a intervenção urbanística de maior relevo em Lisboa após a reconstrução pombalina facto que, por si só, seria bastante para evocar a sua obra: para além dos trabalhos do Mercado da Ribeira Nova (24 de Julho) e dos Paços do Concelho (conclusão), a figura do Engenheiro está intimamente associada à expansão sistemática da cidade para norte. Consignada no Plano Geral de Melhoramentos da Capital (Comissão de 1876-1881), traduziu-se no traçado de eixos viários, largos e rectilíneos – os modernos boulevards – a delimitar quarteirões ortogonais para loteamento, com rotundas, passeios, vegetação e mobiliário urbano, de que as Avenidas 24 de Julho (o Aterro), da Liberdade e das Picoas ao Campo Grande (depois Fontes Pereira de Melo e República), são os exemplos mais significativos. À ilharga dessas vias, planearam-se zonas residenciais, devidamente infra-estruturadas, como foram os casos dos bairros Barata Salgueiro, Camões, Campo de Ourique, Estefânia e Avenidas Novas, ex-libris da intenção civilizadora oitocentista. A Ressano Garcia e à sua equipa (Arq. José Luís Monteiro e Eng. António Maria Avellar), devem-se ainda as obras do Porto de Lisboa, do Parque da Liberdade (actual Eduardo VII) e a nova linha de Circunvalação (Reforma Administrativa de 1885).

Na Hemeroteca Municipal de Lisboa, estará patente a partir de dia 10 de Outubro a mostra bibliográfica Ressano Garcia na colecção da Hemeroteca de Lisboa, com um folheto alusivo que pode consultar aqui.

Também disponibilizamos em linha alguns materiais alusivos à obra de Ressano Garcia:

> "Uma grande figura desaparecida": nota biográfica publicada na Ilustração Portugueza n.º 292, de 25 de Setembro de 1911, por ocasião da sua morte;

> "Inauguração das Obras do Porto de Lisboa": n.º 320 da revista O Occidente, de 11 de Novembro de 1887, quase integralmente dedicado ao tema;

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"Avenida da Liberdade", caricatura de Bordallo Pinheiro, publicada em O Antonio Maria, n.º 12, de 28 de Agosto de 1879;

> "Lisboa - o estado actual das obras da Avenida da Liberdade", desenho de António Ramalho, publicado n'O Occidente, n.º 99, de 21 de Setembro de 1881;

> "Melhoramentos da capital: Avenida da Liberdade": dois textos retirados da revista O Occidente, n.º 99, de 21 de Setembro de 1881 e n.º 235, de 1 de Julho de 1885;

> "O novo Mercado Vinte e Quatro de Julho", publicado n'O Occidente, n.º 109, de 1 de Janeiro de 1882;

> "Caminho de Ferro de Lisboa a Cintra": 3 gravuras ilustrando a Estação principal, em Alcântara (O Occidente, n.º 301, de 1 de Maio de 1887), o viaduto de Santana (O Occidente, n.º 302, de 11 de Maio de 1887) e a Estação de Sintra (O Occidente, n.º 306, de 21 de Junho de 1887);

Tendo, ainda em vida, visto o seu nome atribuído a uma das novas avenidas da cidade, entendeu a Câmara Municipal de Lisboa renomeá-la na sequência da Implantação da República, baptizando-a Avenida 5 de Outubro, conforme Acta da Sessão de 6 de Outubro, que pode consultar aqui. Desde 25 de Novembro de 1929 empresta o seu nome a uma avenida da Freguesia de São Sebastião da Pedreira (Bairro Azul).

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