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col.
Hemeroteca Municipal de Lisboa
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O SÉCULO CÓMICO: suplemento humorístico de O Século
(1916-1918): para não ter que entregar a alma ao criador, e
depois de ter sido forçado a uma dieta de emagrecimento que o
reduziu a 4 páginas, foi forçado a encolher-se para caber no
regaço da «mana ilustração». Mas não desistiu de dar luta
a quem a merecesse ou se pusesse a jeito.
A missão havia de cumprir-se logo na primeira linha, isto é na
primeira página, e foi delegada aos caricaturistas Jorge
Collomb e Rocha Viera. A representação das nações
europeias, retratando as suas motivações perante o conflito, e
também a guerra, enquanto ação humana paradoxal, foi o mote de
muitas páginas. A expressão iconográfica da explicação da
intervenção de Portugal na grande guerra encontrou solução
original com uma analogia galinácea − de harmonia com as
analogias avículas então em voga, sublinhe-se – em «Porque
vamos para a guerra».
A neutralidade da Suíça ficou sintetizada na «Sementeira
de espadas helvéticas»,
que contrasta com o «Amôr»
da Espanha. Mas a ironia atingiu, talvez, a sua expressão mais
apurada em «Teem
a voz os selvagens»,
e a sua forma mais tétrica com «Pax».
O impacto da guerra no quotidiano também foi explorado. O
racionamento de bens de primeira necessidade, «Contra
o consumo da eletricidade»,
o
açambarcamento,
a fome,
a inflação, a censura e mais umas quantas «Atribulações».
Nos “artigos”, charadas e quadras a consciência crítica sobre a
guerra aprofunda-se, pela pena inspirada do «J. Neutral», do
«Estratégia», entre outros. Também o irrequieto Manecas e
a Quadrilha do olho vivo (23 de abril de 1917) viveram
uma longa aventura na guerra, que o levou a Berlim, para exigir
a abdicação do
Keiser.
Para saber mais sobre esta publicação, ler, na íntegra, a
respetiva ficha histórica.
Rita Correia | Lisboa, HML, julho de 2014
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