A ideia nasceu da proposta apresentada
em Câmara pelo vereador Augusto Pinto. Em 15 de Abril de
1958, o Diário Popular anunciava o
evento, e declarava-se empenhado em "congregar esforços no
sentido de se dar realização a essa tão bela ideia de
promover o casamento de jovens dos bairros populares na
manhã de Santo António."
Nesse ano de 1958, e nos seguintes, este jornal foi
fundamental para viabilizar a iniciativa do casamento
coletivo, mobilizando a sociedade civil, criando uma onda de
simpatia, captando e noticiando apoios de particulares,
estabelecimentos e marcas comerciais. A angariação de
padrinhos, de automóveis para transporte dos noivos, os
vestidos e ramos das noivas, os penteados, os fatos e os
sapatos dos noivos, as alianças, os produtos para a boda, a
lua de mel, e até mesmo o fundamental para um início de
vida: cursos de formação, mobílias, eletrodomésticos, bens
de primeira necessidade. Em algumas edições, e mediante
sorteio, apartamentos.
A cadência quase diária com que nas páginas do jornal
se iam somando os apoios, e que culminava com a grande
reportagem do dia da cerimónia, "grande acontecimento
citadino", em que era consumado o "sonho de raparigas
pobres, honestas, boas filhas e boas irmãs", "devido à
generosa ternura dos nossos leitores", dá bem o tom de "uma
ideia admirável em marcha".
Ideia que, de ano para ano, foi ganhando dimensão e
mediatismo.
Ao longo das 16 edições, 832 casais de noivos deram o "sim"
sob os auspícios do santo casamenteiro. Interrompidos pela
Revolução no ano de 1974, os Casamentos de Santo António
viriam a renascer em 2004, por iniciativa da Câmara
Municipal de Lisboa.
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