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Revista semanal de reportagens gráficas, propriedade da
Sociedade Nacional de Tipografia, com sede na rua de O Século
(41 a 63), em Lisboa. A direção era de José Rodrigues Redondo
Júnior, contando com Duarte de Figueiredo, como chefe de uma
redação composta por Rogério Petinga (subchefe), Guedes de
Amorim, Manuel de Lima, Carlos Plantier, Joaquim Gaio, Teresa
Mendes, Viriato Dias, Orlando Duarte Chagas e José Amaro. Todos
se envolveram nos acontecimentos do 25 de Abril, com reportagens
fotográficas de Eduardo Gageiro, Fernando Baião, Francisco
Ferreira e Alfredo Cunha. A edição seguinte (27 de abril) aos
acontecimentos já estava a ser impressa, mas ainda conseguindo 6
páginas sobre o assunto e uma frase simples na capa: “O
Movimento das Forças Armadas”. Nelas, são explicados, em
síntese, as horas da Revolução e os propósitos do Movimento das
Forças Armadas. Junto ao sumário, que não se refere àquelas 6
páginas, um aviso em “letras garrafais” sobre o suplemento
especial, editado no dia seguinte (domingo). Neste, a capa
apresenta dois dos protagonistas presentes nos estúdios da RTP,
António de Spínola e Francisco da Costa Gomes, precisamente que
viriam a ser os dois primeiros presidentes da República do novo
regime. Nas páginas interiores, uma reportagem detalhada dos
acontecimentos em Lisboa, desde a madrugada até à hora do
triunfo e a apresentação das linhas de pensamento político de
Spínola, que fecham a edição, escritas sobre o Arco da Rua
Augusta, numa foto de Eduardo Gageiro: “É no povo que reside de
facto a reserva moral da Nação. É pois no sentido da unificação
desse povo em torno dos seus interesses que tem de encontrar-se
a solução dos problemas do presente” (António de Spínola). Na
edição seguinte (4 de maio), tendo como capa o 1.º de Maio, em
Lisboa, e o título “O povo unido jamais será vencido”,
apresenta-se a reportagem desta imensa manifestação, seguida de
um texto do jornalista José Amaro, intitulado “Entre portugueses
no exílio”, enviado da Suécia há quatro meses, possível publicar
pela mudança de regime. Ainda se dá conta de novos dados e de
mais imagens do “filme do 25 de Abril”; de uma entrevista a
jornalistas estrangeiros em Portugal; das reportagens dos
regressos a Portugal de Mário Soares e Álvaro Cunhal e de uma
curiosa entrevista ao ex-Ministro da Educação, Veiga Simão. Por
diversas razões, a Democracia trouxe aos novos protagonistas
políticos “um Seguro de Vida”, se quisermos parafrasear o
slogan do anúncio que interrompe o decurso das páginas das
notícias da Revolução. Um Seguro de Vida que daria “confiança
para enfrentar o futuro” – “Com um Seguro de Vida (…) começa
hoje um amanhã melhor.”
Jorge Mangorrinha
Hemeroteca Municipal de Lisboa
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