"Educar uma sociedade é fazê-la progredir, torná-la um conjunto harmónico e conjugado das forças individuais, por seu turno desenvolvidas em toda a sua plenitude. E só se pode fazer progredir e desenvolver uma sociedade fazendo com que a acção contínua, incessante e persistente de educação atinja o ser humano sob o tríplice aspecto: físico, intelectual e moral. Portugal precisa de fazer cidadãos, essa matéria-prima de todas as pátrias. "

A citação foi extraída do preâmbulo do Decreto de 29 de março de 1911, que instituiu a primeira reforma republicana do ensino primário, e ilustra a centralidade que a educação assumiu para o novo regime.

Se o combate à chaga social do analfabetismo se assumiu como desígnio nacional, a verdade é que o projeto de educação republicana enfatizava outras dimensões: moral, cívica, física e estética. Um projeto de educação integral que incutisse novos símbolos, cultos e rituais, em que o patriotismo assumisse o lugar da religião na nova ordem da sociedade laica.

O terreno prestava-se a múltiplas abordagens, consubstanciadas em múltiplas estratégias e iniciativas: as escolas operárias, as universidades livres e populares, os jardins-escolas João de Deus, as escolas-oficina, num diálogo permanente com os exemplos internacionais em matéria pedagógica.

Os três títulos que hoje colocamos em linha são da responsabilidade de três entidades que, nos anos subsequentes à implantação da República, colaboraram com o Estado na criação desse homem novo. Nas suas páginas, encontramos relatórios, artigos, conferências e estudos que nos permitem revisitar estratégias e resultados alcançados. Todos eles são acompanhados de ficha histórica, da autoria de Rita Correia.

Anais da Academia de Estudos Livres, aqui.

Liga Nacional de Instrução: arquivo dos seus trabalhos, aqui.

Universidade Livre : boletim mensal, aqui.


           
© João Oliveira/Hemeroteca Municipal de Lisboa