Publicou-se entre 1941 e 1945, ainda que pelo meio conhecesse uma suspensão (1942-1944) que fazem com que deste Boletim do Sindicato Nacional dos Jornalistas, pensado para ser mensal mas de periodicidade irregular, resultassem apenas 5 números, que ficam agora disponíveis na Hemeroteca Digital, aqui.

 

O título não oferece dúvidas, estamos perante uma publicação oficiosa, porta-voz de um organismo basilar do regime corporativo consagrado pela Constituição de 1933, que inaugurou o Estado Novo: o sindicato nacional, que veio substituir os sindicatos livres e outras organizações profissionais, neste caso de jornalistas.

 

O Boletim surge 7 anos após a criação do Sindicato, em 26 de fevereiro de 1934, e acompanha uma fase conturbada da sua existência, em grande medida pelo desconforto causado pela incapacidade de negociar com os representantes do patronato (o Grémio Nacional da Imprensa Diária) um contrato coletivo de trabalho, ambicionado desde 1936, que regulasse questões como a fixação dos ordenados mínimos e horário de trabalho. A ponto de, pela consciência de que a crise interna poderia degenerar num conflito com visibilidade pública, se tenha optado por atribuir a direção do Sindicato (por norma eleita) a uma Comissão Administrativa.

 

Para além das questões sindicais, de que o Boletim vai dando minuciosa nota, as suas páginas reuniram ainda "colaboração especial dos melhores nomes do jornalismo português”, abrindo espaço para “opiniões, críticas, ensaios e estudos sobre tôdos os problemas e aspectos da vida jornalística, técnica profissional, tudo o que possa relacionar-se com o trabalho, a cultura e os interesses morais ou materiais dos homens da Imprensa.”

 

Para saber mais sobre esta publicação, leia a ficha histórica, da autoria de Rita Correia, aqui.

 

© João Oliveira/Hemeroteca Municipal de Lisboa