A extinção das Ordens Religiosas, decretada em 28 de maio de 1834, e o consequente arresto de bens de mosteiros, igrejas e conventos, entre os quais se contavam objetos de elevado valor cultural e artístico, fez surgir a ideia de constituição de um Museu Nacional de Arte Antiga, que acabaria por se concretizar 50 anos mais tarde, em 1884.

Já em 1905, por iniciativa da rainha D. Amélia, era criado o Museu dos Coches, com a função de salvaguardar e dar a conhecer os antigos carros e seus acessórios da Casa Real Portuguesa, tornados obsoletos pelo avanço tecnológico.

Em 31 de dezembro de 1935, era decretada a anexação do Museu dos Coches ao Museu Nacional de Arte Antiga, também conhecido por Museu das Janelas Verdes, o que justificou a designação genérica de Museus Nacionais de Arte Antiga, nome sob o qual surge, em 1939, sob direção de João Rodrigues da Silva Couto, o primeiro número do Boletim cuja disponibilização em formato digital anunciamos hoje. Após 1943, a separação dos dois equipamentos determinou a mudança de título para Boletim do Museu Nacional de Arte Antiga, que se manteria em publicação até 1969.

Pelas páginas da publicação, revisitam-se estes importantes espaços museológicos da cidade de Lisboa, com dados exaustivos, de natureza técnica ou estatística, que nos informam sobre as dinâmicas de crescimento em termos expositivos, de público, acervo (com informação detalhada sobre formas de aquisição) e quadro de pessoal.

Em paralelo, e fruto da contribuição de mais de 60 especialistas nos mais variados temas de arte, nacionais e estrangeiros, esta coleção é um importante repositório de estudos que cobrem as áreas da pintura, azulejaria, restauro, entre outros.

Para uma melhor perceção do valor informativo do Boletim, sugerimos a leitura da ficha histórica que acompanha esta coleção, da autoria de Alda Anastácio, aqui.

Deixamos, por fim, uma palavra de agradecimento ao Museu Nacional de Arte Antiga, que acolheu esta nossa proposta de disponibilização em linha, na Hemeroteca Digital, deste importante recurso.

© João Oliveira/Hemeroteca Municipal de Lisboa