"Não são um livro d'arte, um livro de critica, um livro de sciencias philosophicas, onde tu possas enriquecer a tua imaginação, robustecer o teu espírito, retemperar o teu pensamento; não são também uma edição luxuosa com que tu possas embellesar os compartimentos da tua estante; mas em compensação damos-te – por dinheiro – um folheto destinado a fazer luz sobre os factos mais escandalosos da nossa politica, a pôr em relevo as miserias dos nossos costumes, da nossa sociedade, a desmascarar os tartufos que se arrogam o direito de nos depreciar, a proteger o fraco contra o forte e a redicularisar tudo o que não mereça, a severidade da nossa razão, o esforço do nosso pensamento. Seremos inexoraveis para tudo e para com todos."

É com este preâmbulo que se apresentam, em Março de 1880, As Farpas Modernas : chronica mensal da politica, das letras e dos costumes .Tiveram como diretor Gervásio de Araújo (nesta publicação surge sob o pseudónimo Gério Vaz),  que será, de resto, o único autor dos textos, nenhum deles assinado.

Este título, importante para compreender o dinamismo da cidade do Porto em finais do século XIX e a sua vontade de protagonismo político e cultural, fica a partir de agora disponível na Hemeroteca Digital, aqui, nos dois números conhecidos. A ficha história que o acompanha é da autoria de Jorge Mangorrinha.