Vinte anos passados sobre a atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, elegemos o oitavo romance do autor para a edição deste mês da série Livros que foram Notícia. 

O livro foi publicado em 1991 e revelou-se uma obra inquietante, capaz de mobilizar consciências e opiniões. Os 50.000 exemplares da primeira tiragem esgotaram-se num mês. Os setores mais conservadores da sociedade portuguesa ter-se-ão sentido incomodados com essa recetividade, mas mantiveram-se em silêncio até encontrarem no governo quem os “representasse”: o subsecretário de estado da cultura, Sousa Lara, que eliminou a candidatura do romance de Saramago ao Prémio Europeu de Literatura (1991). A decisão rapidamente foi divulgada na imprensa, desencadeando uma acesa polémica, onde se expuseram os mais extravagantes comentários, alimentados pelo preconceito ideológico, o medo, ou por simples ajuste de contas. Uma campanha ignóbil, que levou José Saramago a abandonar o país, em busca de sossego, mas que não impediu que o livro chegasse ao “top de vendas” em Portugal e noutros países, como o Brasil, a Espanha e a França.

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