Homens livres : livres da finança & dos partidos, jornal surgido em Lisboa em dezembro de 1923, não durou mais que 2 edições, separadas entre si por escassos 12 dias.

Não seria, porventura, de esperar maior longevidade de um projeto editorial que unia de forma inusitada um grupo da elite pensante do País com elementos provenientes de quadrantes políticos diametralmente opostos, representados por 2 outros importantes títulos da época: a Seara Nova, fundada por Raul Proença, próxima dos valores democráticos e socialistas, e a Nação Portuguesa, ressuscitada em 1922 numa 2.ª série, por iniciativa de António Sardinha, dando voz a um nacionalismo católico de feição antidemocrática e antiliberal.

Num cenário de profunda instabilidade política e conflitualidade social, a união destes homens fazia-se pela ideia da necessidade de um governo forte, "constituído por homens competentes e independentes, dotado de poderes excecionais, para implementar um conjunto de reformas que pusessem o país sobre os carris o desenvolvimento e do progresso social", como refere Rita Correia na ficha história que acompanha esta publicação, e que pode ler aqui.

Quanto aos dois números do jornal, ficam a partir de agora disponíveis na Hemeroteca Digital, aqui.