Abílio Manuel Guerra Junqueiro (1850-1923) foi um dos escritores mais proeminentes da sua geração. De 1 a 3 de junho, o Município de Freixo de Espada à Cinta (de onde era natural) promoveu a primeira edição do Freixo FIL - Festival Internacional de Literatura, oportunidade para evocar a sua vida e obra. Na Hemeroteca, associamo-nos à iniciativa com o dossier digital Guerra Junqueiro na coleção da Hemeroteca Municipal de Lisboa (ver aqui), tentativa de retrato a partir dos ecos na imprensa escrita.

Desde a primeira ocorrência localizada (uma poesia publicada em 1868 - tinha então 18 anos - n'A Folha : microcosmo litterario, jornal dirigido por João Penha, companheiro dos tempos de Coimbra - até à sua morte, em 1923, Junqueiro foi presença regular em jornais e revistas, seja com composições literárias - em prosa e em verso -, seja com textos de opinião. Para além da obra, o próprio homem afirmou-se como notícia, muito em função das tomadas de posição demonstrativas de força, coragem e retidão de caráter na defesa das suas crenças e valores, dentro e fora do jogo estrito da política partidária.
Profundamente patriota, identificou o que considerava serem as principais ameaças à honra da Nação, materializadas na Monarquia e no Clericalismo, que combateu com palavras e atos,   tornando-se num dos mais destacados construtores da republicanização do País.
Ao mediatismo na vida correspondeu o mediatismo na morte. "Os funerais" de Junqueiro fizeram primeiras páginas durante a semana da sua morte, traduzidas em novas oportunidades para revisitar a sua vida e a sua obra, mas sobretudo para avaliar a sua real dimensão como "maior figura de Portugal", "mestre e patriarca das letras", "príncipe dos poetas da Ibéria".
       
Esta exposição digital, assente sobretudo na coleção da Hemeroteca Municipal de Lisboa, apresenta ainda monografias da coleção da Rede de Bibliotecas de Lisboa, e outros documentos identificados nas coleções digitais da Biblioteca Nacional de Portugal, Cinemateca Portuguesa e Casa Fernando Pessoa.