Depois das eleições legislativas (em 25 de Abril, com vitória do PS), das eleições presidenciais (em 27 de Junho, com vitória de Ramalho Eanes, candidato independente apoiado pelo PS, PPD, CDS e PCTP), o ano de 1976 termina com um terceiro ato eleitoral, desta feita para eleição dos órgãos locais: Câmaras Municipais, Assembleias Municipais e Assembleias de Freguesia. É sobre essa data, 12 de Dezembro de 1976, que se assinalam hoje 40 anos.

 

Após 4 décadas de nomeação pelo Governo, os autarcas foram pela primeira vez eleitos democraticamente, tendo-se apresentado a sufrágio 11 partidos políticos e frentes eleitorais: Partido Socialista (PS), Partido Social Democrata (PSD), Frente Eleitoral Povo Unido (FEPU), Centro Democrático Social (CDS), Grupos Dinamizadores de Unidade Popular (GDUP), Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP), Partido Comunista de Portugal (marxista-leninista) (PCP-ml), Partido Popular Monárquico (PPM), Liga Comunista Internacionalista (LCI), Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT) e o Partido da Democracia Cristã (PDC).

 

Com mais de 4 milhões de votantes e uma taxa de abstenção que rondou os 35% (francamente acima dos 16% registados nas eleições legislativas ou dos 24,5% nas presidenciais), as autárquicas de 1976 confirmaram a tendência socialista (33% do total de votos), embora PS e PSD viessem a conquistar o mesmo número de Presidentes de Câmara: 115.

 

O dossiê digital que preparámos sugere um revisitar, através do olhar da imprensa de Lisboa - 17 títulos, mais ou menos comprometidos politicamente, dos vários quadrantes políticos - a este marco incontornável na história do Poder Local e da consolidação do regime democrático português.

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