Historicamente, o 1.º de Dezembro assinala a reconquista da independência portuguesa, em 1640, após 60 anos de união ibérica. Decretado dia feriado desde meados do século XIX, a Primeira República adota-o igualmente feriado civil, assim se mantendo até 2012. Mas a data assumiu, desde a implantação da República, especial significado junto dos setores monárquicos. Daí termos escolhido esta data para colocarmos em linha O Papagaio Real : semanário monarchico. Política, caricatura e humorismo, fundado e dirigido por Alfredo Lamas em 1914, ano que, de resto, se apresentou como particularmente fecundo para o renascer da imprensa monárquica, na sequência do decreto de amnistia, de 21 de Fevereiro, do governo de Bernardino Machado. A série completa, totalizando 20 números, pode ser consultada aqui.
De acordo com
a ficha histórica da autoria de Rita Correia, que pode ler
aqui,
O Papagaio Real “constituiu, de facto, um prenúncio da Causa
Monárquica, ou melhor, configurou um ensaio aos argumentos que
podiam alicerçar a união e mobilização das forças monárquicas e
de outras correntes de opinião (conservadores, católicos,
nacionalistas, etc.) que, como eles, rejeitassem o regime
republicano.” Para além da prosa de Machado Correia, Arménio
Monteiro, Rocha Martins e do próprio Alfredo Lamas, a publicação
via suas páginas enriquecidas com a colaboração gráfica de uma
nova geração de artistas, onde pontuam nomes como Almada
Negreiros, Stuart Carvalhais ou Jorge Barradas. |
||