Publicou-se na cidade invicta, em 1907, mas teve uma duração efémera, com apenas 3 números, provavelmente devido ao quadro político da época e ao controlo legal exercido sobre a imprensa. Abundantemente ilustrada, a Argus foi dirigida pelo monárquico Abílio de Campos Monteiro (1876-1933), também o seu principal redator, enquanto a propriedade e administração era assegurada por Mário Antunes Leitão. Apesar da matriz literária, a revista procurou ser eclética, mergulhando noutros assuntos, no teatro, na música, no desporto, nas ciências, a par dum registo temático, que se evidencia logo no primeiro número, com fotografia de Guerra Junqueiro. Politicamente, adivinha-se um posicionamento antifranquista. A Argus contou com a colaboração literária de Gomes Leal (1848-1921), Alexandre da Conceição (1842-1889), Eduardo de Noronha (1859-1948), Gonçalves Cerejeira e do poeta brasileiro J. Ramos Coelho (1832-1914). A maioria da produção artística não está assinada, mas sempre conseguimos identificar alguns desenhos de Manuel Monterroso (1875-1967), na secção “Comédia Humana”. Os 3 números da Argus ficam agora disponíveis em linha, na Hemeroteca Digital, aqui. Para saber mais sobre a revista, ler aqui o estudo que Helena Roldão lhe dedicou.