As duas monografias que juntamos hoje ao nosso
dossier digital comemorativo da I Guerra Mundial
são ambas do mesmo autor,
João Maria Ferreira do Amaral (1876-1931). Oficial do
Exército, alistou-se em 1895 e atingiu o posto de coronel. Como
militar, participou nalgumas das campanhas militares no sul de
Angola ainda antes da I Grande Guerra. Em 1915, participou na
campanha do Cuanhama e em 1917, estando em Lisboa, foi enviado
para o teatro de operações na Flandres como Comandante do
Batalhão de Infantaria 15. Após o conflito, em 1923, foi nomeado
comandante da Polícia Cívica de Lisboa (atual PSP) exercendo
forte ação na defesa da ordem pública. Ao longo da sua carreira
recebeu diversas condecorações, das quais destacamos a elevação
a Oficial da Torre e Espada e a Grande Oficial da Ordem Militar
de Aviz.
É a
partir da vasta experiência como militar que João Ferreira do
Amaral redige a primeira destas obras, que viria a causar
polémica à data da edição: A Mentira da Flandres e …o
Medo! Desassombradamente crítica da política conturbada
da I República, defende a ideia de que a participação portuguesa
no teatro europeu da guerra foi obra da classe política que
abandonou o teatro africano onde Portugal sempre estivera
presente.
[ler
mais]
O segundo título, A Batalha do Lys. A Batalha d'Armentières
ou o 9 de Abril, conheceu uma primeira circulação em
Angola, em 1920, sob a forma de folhetim publicado no Jornal
de Benguela. Depois disso, o mesmo jornal publicou-o em
separata, em edição de 1000 exemplares, que esgotou rapidamente
e teve restrita circulação na Metrópole, sendo reeditado em
Lisboa em 1923.
Este título resume-se, nas palavras do autor, a um "trabalho de
compilação e sobretudo um relato de pessoas, logares, factos e
datas, que a actual geração portuguesa não póde nem deve
ignorar", sobre o episódio mais sangrento da participação
portuguesa na I Guerra Mundial. Compilação enriquecida pela
visão sempre crítica e assertiva de Ferreira do Amaral.
[ler
mais]
|