Realizaram-se ontem, dia 9 de dezembro de 2013, nos Paços do Concelho, as 2.ªs Jornadas de História da Imprensa Olisiponense, subordinadas nesta edição ao tema Do Diário lisbonense à imprensa Romântica ou de Opinião, que se traduziu na abordagem do período compreendido entre 1809 e 1875 e de alguns dos seus títulos mais marcantes.

Ao evento, organizado pela Hemeroteca Municipal de Lisboa em parceria com o Centro de Investigação Media e Jornalismo (FCSH-UNL), assistiram cerca de 90 pessoas, que partilharam desta forma o seu interesse (académico, profissional ou pessoal) pelo universo periodístico. As conclusões das Jornadas, por Pedro Teixeira Mesquita, podem ser lidas aqui.

No encontro foi ainda divulgada a disponibilização em linha, na Hemeroteca Digital, de uma nova colecção: Archivo Pittotesco : semanario illustrado (1857-1868).

 

 

Surgiu em Lisboa, em 1857, integrando-se no conjunto de periódicos que, a partir de meados do século XIX, exploraram a via do periodismo literário de instrução popular, na senda traçada 20 anos antes pelo seu congénere O Panorama : jornal litterario e instructivo (também já disponível na HD, aqui).

"Jornal português para portugueses, útil ou agradável a ambos os hemisférios em que se fala a língua que Camões imortalizou", o Archivo pittoresco, que pode ler aqui, contou com o universo leitor brasileiro para ascender a notáveis tiragens (de perto de 5000 exemplares) bem como, em alguma medida, para garantir a sua sobrevivência durante os 11 anos em que se publicou.

De destacar a excelência na aplicação da gravura em madeira (com colaboração de desenhadores como Nogueira da Silva, Tomás da Anunciação, João Cristino ou Manuel Bordalo Pinheiro), bem como a qualidade literária, para a qual contribuíram nomes como Latino Coelho, Rebelo da Silva, Pinheiro Chagas, Júlio de Castilho, Tomás Ribeiro, entre outros, num esquema de conteúdos diversificado, que ia da edição literária às incursões de natureza histórica, não descuidando o interesse pelos notáveis avanços tecnológicos da segunda metade do século XIX, sobretudo aqueles com impacto na vida quotidiana.

Saiba mais sobre esta publicação aqui, na Ficha histórica da autoria de Rosa Esteves que, com a devida autorização, reproduzimos do Dicionário do Romantismo Literário português.