ISSN 2182-3200

a parodia [Lisboa: 1900-1902 | 1.ª série]

 

    

No âmbito da exposição ATRAVÉS DO TRAÇO, MANUEL GUSTAVO BORDALO PINHEIRO, a inaugurar no dia 19 de Abril (19h), no Museu Bordalo Pinheiro, é com muita satisfação que noticiamos aqui a colocação em linha da primeira série d’A Paródia.

Fundada no ano de 1900, em Lisboa, por Rafael Bordalo Pinheiro, que assegurou a sua direção até 1905 (data da morte do caricaturista), A Paródia foi uma das folhas humorísticas mais importantes que se publicaram em Portugal no período da Monarquia Constitucional. Num editorial assinado por Rafael e Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, filho do caricaturista, A Paródia definia-se como “a caricatura ao serviço da grande tristeza pública”, “a dança da Bica no cemitério dos prazeres”. Já não era O António Maria, enterrado com a Regeneração, Fontes e o Passeio Público. Era outra coisa, pois o tempo também era outro. A Paródia, diziam, “somos nós todos”, numa provocadora generalidade do retrato social português. Naturalmente, nesta primeira série do jornal destacou-se a genialidade de RBP, que atinge aqui o auge do seu trabalho artístico como caricaturista, que o leva inclusive aos píncaros da fama. Teve ainda a ajuda preciosa do filho, MGBP, de Celso Hermínio, Jorge Cid, Manuel Monterroso, correspondente no Porto, e de João de Saavedra. O êxito d’A Paródia foi enorme, com tiragens muito próximas dos 25.000 exemplares, agora acessíveis aqui, para júbilo de todos nós.