A Câmara Municipal de Lisboa, numa
iniciativa conjunta da Hemeroteca Municipal, Gabinete de Estudos
Olisiponenses e Arquivo Municipal, comemora em 2011 o Centenário da
Morte de Frederico Ressano Garcia.
No programa de actividades que
preparámos, e que pode consultar
aqui, celebramos o Homem, o
Político (deputado e ministro pelo Partido Progressista), o
Jornalista (no Progresso e no Diário Popular), e o
Gestor (da Companhia das Águas, dos Fósforos e dos Caminhos de Ferro
de Lourenço Marques). Para saber mais, leia
aqui a sua biografia, da autoria de
Rita Correia.
Ao serviço da Repartição Técnica
da Câmara Municipal de Lisboa, Ressano Garcia protagonizou, a partir
de 1874, a intervenção urbanística de maior relevo em Lisboa após a
reconstrução pombalina facto que, por si só, seria bastante para evocar
a sua obra: para além dos trabalhos do Mercado da Ribeira Nova (24 de
Julho) e dos Paços do Concelho (conclusão), a figura do
Engenheiro está intimamente associada à expansão sistemática da cidade
para norte. Consignada no Plano Geral de Melhoramentos da Capital
(Comissão de 1876-1881), traduziu-se no traçado de eixos viários, largos
e rectilíneos – os modernos boulevards – a delimitar quarteirões
ortogonais para loteamento, com rotundas, passeios, vegetação e
mobiliário urbano, de que as Avenidas 24 de Julho (o Aterro), da
Liberdade e das Picoas ao Campo Grande (depois Fontes Pereira de Melo e
República), são os exemplos mais significativos. À ilharga dessas vias,
planearam-se zonas residenciais, devidamente infra-estruturadas, como
foram os casos dos bairros Barata Salgueiro, Camões, Campo de Ourique,
Estefânia e Avenidas Novas, ex-libris da intenção civilizadora
oitocentista. A Ressano Garcia e à sua equipa (Arq. José Luís Monteiro e
Eng. António Maria Avellar), devem-se ainda as obras do Porto de Lisboa,
do Parque da Liberdade (actual Eduardo VII) e a nova linha de
Circunvalação (Reforma Administrativa de 1885).
Na Hemeroteca Municipal de Lisboa,
estará patente a partir de dia 10 de Outubro a mostra bibliográfica
Ressano Garcia na colecção da Hemeroteca de Lisboa, com um folheto
alusivo que pode consultar
aqui.
Também disponibilizamos em linha
alguns materiais alusivos à obra de Ressano Garcia:
>
"Uma grande figura desaparecida":
nota biográfica publicada na Ilustração Portugueza n.º 292, de 25
de Setembro de 1911, por ocasião da sua morte;
>
"Inauguração das Obras do Porto de Lisboa": n.º 320
da revista O Occidente, de 11 de Novembro de 1887, quase
integralmente dedicado ao tema;
>
"Avenida da Liberdade",
caricatura de Bordallo Pinheiro, publicada em O Antonio Maria,
n.º 12, de 28 de Agosto de 1879;
>
"Lisboa - o estado actual das obras da Avenida da
Liberdade", desenho de António Ramalho, publicado n'O
Occidente, n.º 99, de 21 de Setembro de 1881;
> "Melhoramentos da capital:
Avenida da Liberdade": dois textos retirados da revista O
Occidente,
n.º 99, de 21 de Setembro de 1881 e
n.º 235, de 1 de Julho de 1885;
>
"O novo Mercado Vinte e Quatro de
Julho", publicado n'O
Occidente, n.º 109, de 1 de Janeiro de 1882;
> "Caminho de Ferro de Lisboa a
Cintra": 3 gravuras ilustrando a
Estação principal, em Alcântara (O
Occidente, n.º 301, de 1 de Maio de 1887), o
viaduto de Santana (O Occidente,
n.º 302, de 11 de Maio de 1887) e a
Estação de Sintra (O Occidente,
n.º 306, de 21 de Junho de 1887);
Tendo, ainda em vida, visto o seu nome atribuído a
uma das novas avenidas da cidade, entendeu a Câmara Municipal de Lisboa
renomeá-la na sequência da Implantação da República, baptizando-a
Avenida 5 de Outubro, conforme Acta da Sessão de 6 de Outubro, que pode
consultar
aqui. Desde 25 de Novembro de 1929 empresta o seu
nome a uma avenida da Freguesia de São Sebastião da Pedreira (Bairro
Azul).