O Regicídio: percurso
histórico
Descrição constante no artigo intitulado “A
Tragédia de Lisboa” de Eduardo de Noronha publicado na revista Serões:
revista mensal ilustrada, e no artigo “Semana Trágica” publicado na
Ilustração Portuguesa.
►Terreiro do Paço
“(…) Eram cinco da tarde quando o vapor D. Luiz,
dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste, atracou. (...) O vapor do Barreiro
atracou finalmente à ponte do Terreiro do Paço às 5 horas e 20 minutos [5 horas
e 10 minutos, segundo outra versão] com pouco mais de uma hora de atrazo,
(...)."
►Rua Ocidental do Terreiro do Paço
“(…) As carruagens partiram a trote curto pela
rua ocidental do Terreiro do Paço, e as diferentes pessoas, que iam e vinham ao
longo da arcada e pelos passeios, tiravam respeitosamente o chapéu, a que o rei
correspondia fazendo a continência militar e conservando nos lábios o seu
sorriso atraente, (...).”
►Perto da curva para a entrada da rua do Arsenal
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“(…) o cocheiro tomou um pouco o governo da
parelha para descrever a curva e entrar na rua do Arsenal. Nesse momento um dos
regicidas, o Manuel Buiça, (…) afastou-se d’um kioske pintado de verde, que
fica mesmo dentro da arcada, tirou debaixo do varino a carabina Manlicher com
que se munira, e sereno, (…) e apontou. (…) puxou pelo gatilho e a bala, (…)
penetrou no pescoço do monarca e esfacelou-lhe as vértebras cervicais. (…)
Simultaneamente com o ímpeto que só a cegueira da allucinação proporciona,
Alfredo Luiz da Costa, do lado direito da carruagem, subia á capota do landau,
e, receando que o primeiro tiro não tivesse attingido o soberano, desfechava o
seu revólver, com a fúria dum iconoclasta que despedaça o seu idolo. (...)”
►Correios (antigo Ministério do Reino)
“(…) O regicida Buiça achava-se defronte da
arcada do Ministério do Reino, (…).”
►Arsenal da Marinha
“(…) Posto de socorros médicos, onde foram
recebidos el-rei D. Carlos e o príncipe D. Luiz Filipe, depois do atentado. A
rainha D. Maria Pia, prevenida no palácio da Ajuda, da horrorosa tragédia,
correu imediatamente ao Arsenal. O encontro das duas soberanas foi lancinante. O
infante D. Afonso, a quem comunicaram o horrendo atentado, pouco depois de ser
cometido, correu no seu automóvel para o Arsenal. (...) No Arsenal, o cadáver do
rei estava estendido sobre um colchão, o do príncipe numa maca. (...)”
►Portão do Arsenal
“(…) O cocheiro (…) alcançou por fim, após
minutos que lhe pareceram séculos, o portão do Arsenal, por onde enfiou. Aí, ao
transpor o amplo portal, o príncipe (…) entregou a alma a quem lha confiara.
(...)”
►Casa da Balança
“(…) Na casa da Balança, para onde tinha
sido conduzida quase à força a rainha D. Amélia, foram examinados os ferimentos
do infante D. Manuel. Não apresentavam gravidade. (...)”
►Largo do Município
“(…) Espalhada a notícia do regicídio com
incalculável rapidez, depressa o Largo do Município foi ocupado por um esquadrão
de cavalaria e um batalhão da Guarda Municipal. (...)”
►Edifício da Câmara Municipal
“(…) onde foram guardados os cadáveres dos
regicidas. (...) A policia, de revolvers em punho, chacinava Manuel Buiça, que
fora já desarmado pelo sr. tenente Figueira, e arrastava brutalmente até á
câmara municipal, onde acabava de assassinal-o, Sabino da Costa, que está
definitivamente averiguado não ter tido qualquer intervenção no attentado. (...)
No edifício da Câmara Municipal estendidos sobre as lageas, dois cadáveres,
(…).”
►Edifício do Banco de Portugal
“(…) e um terceiro na esquadra de policia do
Banco de Portugal, todos ainda inominados. Eram os dois regicidas e Sabino da
Costa, que, noite alta, foram transportados para a Morgue, a fim de serem
reconhecidos. (…)”
►Edifício do Governo Civil
“(…) O Governo Civil, onde o dictador se foi
acolher essa noite, para dormir, estava egualmente protegido por uma força
militar. (…)”
Referências bibliográficas
Noronha,
Eduardo de – A tragédia de Lisboa. Serões : revista mensal ilustrada. 32
(Fev. 1908) 127-151.
Semana trágica
– Ilustração
portuguesa. 105 (24 Fev. 1908) 254-256.
Créditos fotográficos: Jorge Trigo (HML)
Inscrições
Para visitar este itinerário, contacte a
Hemeroteca Municipal de Lisboa - Serviço de Actividades Culturais, através dos números de telefone 21 324
62 90 ou /97, ou do e-mail
hemeroteca.sace@cm-lisboa.pt .
Limite de inscrições: 20 pessoas.