Jornalista e escritor português,
Norberto Moreira de Araújo nasceu a 21 de Março de 1889, em Lisboa. Cedo
mostrou apetência pelas Letras: em 1904, entrou como aprendiz na
Imprensa Nacional, frequentando, posteriormente, o Curso Superior de
Letras e, em 1916, veio a ingressar na redação de O Mundo,
mudando-se, passado um ano, para o jornal A Manhã, de que chegou
a ser coproprietário.
A sua intensa atividade jornalística levou-o a ser jornalista do
Diário de Notícias, do Século da Noite e do vespertino
Diário de Lisboa, mantendo-se neste jornal como redator principal
até morrer, a 25 de Novembro de 1952. Aqui, através de um estilo de
escrita incisivo e vibrátil, iniciou toda uma etapa de renovação nos
processos jornalísticos. Ficou célebre a sua rubrica "Páginas de
Quinta-feira", no Diário de Lisboa, onde deambulava pelas mais
diversas áreas - fossem sínteses de arte, política, casos de rua,
comédia burguesa, cultura, e Lisboa. O conjunto desses textos,
publicados entre 1932 e 1939, pode ser lido
aqui, numa compilação que
preparámos com o apoio do Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares.
A par da atividade como jornalista, Norberto de Araújo manteve,
intermitentemente, a sua atividade literária -
31 volumes publicados - que se repartiram pelos mais diversos campos,
desde os livros puramente técnicos sobre artes gráficas, tal como Da
Iluminura à Tricomia publicado em 1915, até ao teatro e à poesia.
Mas Norberto de Araújo é conhecido hoje especialmente como um
olisipógrafo erudito, autor de obras incontornáveis para o
conhecimento da cidade, como Inventário de Lisboa (1939),
Legendas de Lisboa (1943) e Peregrinações de Lisboa (1939), a
obra mais compulsada. É ainda de assinalar o extenso e profundo
conhecimento que Norberto de Araújo tinha das fontes e dos estudos
esclarecedores do passado de Lisboa, que lhe dá ensejo a descrições
extensas das ruas, palácios e monumentos, templos, instituições e os
mais diversos episódios da vida citadina lisboeta. Aspetos que podem ser
vistos na nota biográfica que Elisabete Gama e Jorge Mangorrinha
prepararam,
aqui.
Norberto Moreira de Araújo morreu a 25 de Novembro de 1952, em Lisboa,
tendo-lhe o “seu “ município concedido a medalha de ouro da cidade.
Para assinalar esta data, a Hemeroteca Municipal de Lisboa e
o Gabinete de Estudos Olisiponenses prepararam um programa de
actividades, a ter lugar nos dois espaços, e que pode consultar
aqui.
A mostra bibliográfica patente na Hemeroteca Municipal, cujo guião pode
consultar
aqui,
incide sobre a actividade jornalística de Norberto de Araújo, fazendo
uso de materiais da colecção.