[Lisboa, 3 de Março de 1921 – 18 de Março de 1996]
Jorge Borges de Macedo nasceu em Lisboa a 3
de Março de 1921. Seu pai, José de Macedo, foi secretário-geral do Partido
Republicano Radical e um defensor da solução federalista com as colónias,
nomeadamente com Angola.
Macedo licenciou-se em 1944 na Faculdade de Letras de Lisboa em Ciências
Histórico-Filosóficas com a tese A Situação Económica no Tempo de Pombal
- Alguns Aspectos, estudo que, depois de publicado, em 1951, “passou
imediatamente a constituir uma obra de referência sobre o governo e o tempo
do Marquês de Pombal”.
Em 1957 entrou na mesma faculdade como assistente da Prof.ª Virgínia Rau na
cadeira de Teoria da História e do Prof. Manuel Heleno na cadeira de
História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa. Um ano depois
tornou-se bolseiro do Centro de Estudos Históricos do Instituto de Alta
Cultura, iniciando então os estudos sobre a problemática da indústria
portuguesa, que viria a constituir o objecto de análise da sua tese de
doutoramento. Doutoramento que se realizou em Junho de 1964 com a defesa da
tese Problemas de História da Indústria Portuguesa no Século XVIII,
onde o historiador examina longa e analiticamente os factores internos e
externos que presidiram ao desenvolvimento da indústria, e que constitui,
segundo alguns autores, o seu trabalho de maior de maior fôlego.
Obtém nas provas 19 valores. Três anos depois, em Junho de 1967, Macedo
obteve o título de professor agregado de História. Em 1969 vamos encontrá-lo
como catedrático da Secção de História da Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa. A seguir ao 25 de Abril de 1974 foi saneado desta
faculdade, com a sua reintegração no ensino superior a acontecer pouco
depois, em 1977, a convite da Universidade Católica Portuguesa, para a
docência das cadeiras de História Económica e História Diplomática. No ano
de 1980 regressou à Faculdade de Letras como regente da cadeira de História
Contemporânea de Portugal. É durante este período que Macedo readquire a sua
notoriedade pública como historiador, resultado também da sua actividade
como comentador de política internacional. Os seus trabalhos respondem então
às múltiplas solicitações que lhe são feitas, versando os mais diversos
assuntos. Em 1990, a convite do Secretário de Estado da Cultura, Pedro
Santana Lopes, foi indigitado para director do Arquivo Nacional da Torre do
Tombo, função que desempenhou até ao seu falecimento. No dia 3 de Março de
1991 Macedo jubilou-se como professor catedrático da Universidade de Lisboa.
Durante a cerimónia foi ainda homenageado com o colar de Grande Oficial da
Ordem de Santiago de Espada. Morreu a 18 de Março de 1996, com uma obra
notável a todos os títulos e com vários projectos e trabalhos por acabar.
Texto de Álvaro Costa de Matos
Jorge
Pedreira, “Macedo, Jorge Borges de (Lisboa, 3-3-1921 – Lisboa,
1996)”, in Dicionário de História de Portugal (Coord.
de António Barreto e Maria Filomena Mónica), Vol. VIII, Supl. F/O,
1.ª Edição, Lisboa, Livraria Figueirinhas, 1999, p.405.
Adaptado de Álvaro Costa de Matos, “A Ideia de Europa em
Jorge Borges de Macedo: constantes e linhas de força”, in
Jorge Braga de Macedo (Org.) - Jorge Borges de Macedo:
Saber Continuar. A Experiência Histórica Contemporânea.
Comemorações do Legado Bibliográfico, Colecção
Biblioteca Diplomática do MNE – Série A, s.l., IDI – MNE,
2005, pp. 127-168
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