Aconteceu há 100 anos.

Entre 19 de Junho e 3 de Julho de 1919, os principais jornais diários com sede em Lisboa foram suspensos por iniciativa concertada entre as respetivas empresas.

O lock-out, com origem direta na ação de protesto da classe gráfica contra o encerramento pelas autoridades, em 18 de junho, da União Operária Nacional e do seu órgão noticioso,  A Batalha (jornal que desde fevereiro desse ano assumia a missão de informar, mas também de doutrinar, organizar e mobilizar as classes profissionais), gerou o episódio curioso de fazer surgir, com caráter temporário, um novo jornal.

Trata-se do jornal diário A Imprensa, co-editado pelos 14 títulos envolvidos no processo: A Capital Diário de Notícias; A Época Jornal do Comércio Jornal da Tarde A Luta; A Manhã O Mundo A Opinião Portugal República O Século A Vanguarda Vitória.

Nas suas 13 edições, diárias, a par da vertente informativa e noticiosa, A Imprensa foi sobretudo canal de uma campanha contra o ‘sindicalismo revolucionário’, que vinha ganhando terreno nas organizações operarias desde a revolução russa de 1917. Fica a partir de agora disponível na Hemeroteca Digital, aqui.

Conheça toda a história deste processo no estudo realizado por Rita Correia, aqui.

© João Oliveira/Hemeroteca Municipal de Lisboa