Atlântico: revista luso-brasileira, foi a materialização  do Acordo Cultural Luso-Brasileiro assinado em 4 de Setembro de 1941, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. Os dois subscritores, António Ferro, pelo lado português, na condição de diretor do Secretariado de Propaganda Nacional, e Lourival Fontes, do lado brasileiro, na condição de diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda, assumiram igualmente a direção bicéfala desta revista, que pretendia reafirmar os pontos de contacto e de partilha entre os dois países. Ideia sintetizada no texto de abertura, assinado por Ferro, em que se lê: “Uma raça, duas nações, um mundo, eis a nossa legenda, a nossa bandeira!” ou, em termos operativos, “revelar o Portugal novo aos brasileiros” e “revelar o novo Brasil aos portugueses”, “para nos entendermos definitivamente, para nos respeitarmos, não devemos ter a preocupação de nos mostrarmos iguais mas diferentes”, mas numa “idêntica força criadora”. Na verdade, Atlântico acabaria por se abrir à contribuição de outras partes do mundo lusofóno, e impressiona pela qualidade e ecletismo das colaborações (elencámos 240 nomes), quer do ponto de vista gráfico como literário, nas 3 secções que a compunham: ensaio, criação e crónica ou crítica de caráter musical, literário ou plástico.

A revista cumpriu 3 séries (1.ª, nova série e série 3), desde a primavera de 1942 a Março de 1950, num total de 16 números, que ficam agora disponíveis na Hemeroteca Digital, aqui, com ficha histórica da autoria de Helena Roldão.

Deixamos um agradecimento especial à Fundação António Quadros, na pessoa da sua presidente, Mafalda Ferro que, em nome dos herdeiros, muito gentilmente autorizou esta disponibilização digital.


           
© João Oliveira/Hemeroteca Municipal de Lisboa