Publicou-se no Porto, ao longo de 86 números (a que se junta mais um, especial), com início em 23 de abril 1932. Teve por diretores literários Arnaldo Leite, Carvalho Barbosa e José Artimanha (pseudónimo usado por Heitor Campos Monteiro), e como diretor artístico Octávio Sérgio que desempenhava também as funções de secretário da redação». O editor era E. Costa Monteiro. Maria Rita : semanário humorístico fica agora disponível na Hemeroteca Digital, aqui.

Maria Rita, a personagem que lhe dá nome, versão feminina do Zé Povinho criado por Bordalo, não persistiu no nosso imaginário, mas a bibliografia consultada apresenta-a como uma figura associada ao folclore, "Demócrito de saias e chinelas de ourelo que passou a vida a rir, e a rir deu a alma ao Criador, certo dia em que dois ou três casos grotescos desabaram sobre ela, ao mesmo tempo, como uma nuvem densa de gases hilariantes."

Ainda que o jornal surja e se publique na conjuntura opressiva de institucionalização do Estado Novo, sem perder de vista o que se passava “lá fora”, Maria Rita não tirou o olho do que ia acontecendo no país - Ilhas e colónias incluídas – sobretudo no Norte, e foi uma atenta cronista do quotidiano no Porto. Tudo lhe interessava. Não podia ser mais generalista do que foi. Hoje, essa feição regionalista e generalista, somada aos artifícios próprios do humorismo e aos constrangimentos impostos pela censura, dificulta apreensão do sentido dos textos e a identificação das vítimas da chacota. Porém, a proliferação de caricaturas, cartoons e tiras cómicas, especialmente focados em figuras de envergadura internacional e nacional, acaba por compensar.

Para saber mais sobre esta publicação, leia a ficha histórica, da autoria de Rita Correia, aqui.