"Sempre que um novo jornal se lança no mercado, é uso de ha muito seguido, expôr, á laia de artigo de fundo e como tal, um programma detalhado e pomposo que, as mais das vezes, não é cumprido. Nós, porém, somos refractarios a leis e normas, não temos programma. Nada promettemos para a coisa alguma faltarmos. Contudo, como aliás é fácil de prever, temos um fito, um alvo em mira, uma ambição a mordiscar-nos o desejo - coisas estas que em pouco se resumem, pouquissimo custam a descrever, mas que se nos antolham como uma tarefa immensa, ardua e difficil de pôr em pratica. Consiste este espinhoso encargo em promover a nossa acceitação e, seguidamente, em procurar corresponder ao vosso bondoso acolhimento e conservar o vosso interesse e estima. Conseguiremos vêr realisados todos os nossos desejos?"

Mantiveram este objetivo, ao longo dos 75 números, dispostos em 5 séries, que compõem o Azulejos : semanario illustrado de sciencias, lettras e artes, que fica agora disponível na Hemeroteca Digital, aqui

Apostando na diversidade temática e numa deliberada abertura aos "novos", o projeto, com direção de Palermo de Faria, serviu de palco a autores como Augusto de Santa-Rita, Júlio Dantas, ou Mário de Sá-Carneiro, artistas como Lacerda, Craveiro e Alfredo Cândido, e músicos como Alfredo Mântua e Fernando Pádua.

Saiba mais na ficha histórica da publicação, por Rita Correia, aqui.