Arte Portuguesa : revista de archeologia e arte moderna iniciou a sua publicação em Lisboa, em janeiro de 1895, fruto da iniciativa de Gabriel Pereira (diretor literário) e Enrique Casanova (diretor artístico e proprietário). Foi mais um entre tantos periódicos de vida efémera, extinguindo-se ao 6.º número por problemas financeiros decorrentes da “falta absoluta de auxílios” e da “indiferença, por emquanto bastante acentuada, do público”. Fica agora disponível na Hemeroteca Digital, aqui, com um agradecimento à Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, que disponibilizou os elementos em falta à nossa coleção.

De acordo com Casanova, ficou por cumprir o ambicioso programa e o desígnio último (justificativo, de resto, da junção da arqueologia e da arte moderna num mesmo projeto editorial) de contribuir para a “creação de uma arte portugueza, e portugueza de lei, - nova, sim, mas firmada na experiencia do passado artístico da nação”, “propaganda […] tanto mais urgente, quanto é absurda e perigosa, sob o ponto de vista artístico e económico, a excessiva importação actual de productos que se não harmonizam geralmente com a raça, o clima, os usos e as tradições do paiz”, numa “cega e rotineira imitação de produtos extranhos, que nunca poderão satisfazer o sentimento artistico nacional”.

Ainda assim, merece destaque pela qualidade gráfica, pelo prestígio dos colaboradores que angariou, assim como pela relevância dos temas tratados.

Saiba mais sobre esta publicação na ficha história da autoria de Helena Roldão, aqui.