"Se as outras seitas pelos seus intuitos meramente políticos apenas me tinham interessado pela novidade, a Formiga pelo contrário captou logo após o seu nascimento todo o meu ávido apetite de funcionário criminal". Fica assim justificado pelo próprio autor o aparecimento destes folhetos, que se publicaram em Lisboa, numa fugaz existência de apenas 5 números. A avaliar pela data do editorial do primeiro número, a edição, com periodicidade semanal, terá tido início em Fevereiro de 1915. Já a identidade do autor destas confidências, alegadamente um "juiz de investigação", permanece na sombra... A publicação  assume claros propósitos políticos de denúncia da atividade da Formiga Branca, espécie de milícia armada do Partido Republicano Democrata, o que faz mediante o relato - numa narrativa literária, viva, mordaz, mas pouco rigorosa em termos informativos - dos meandros de um "crime" - um por cada número - perpetrado pela organização. Crimes esses que o autor não fixa no tempo (as notícias na imprensa sobre a atividade da Formiga vinham desde 1912), mas que foram devidamente identificados e contextualizados na ficha histórica elaborada por Rita Correia, e que pode ler aqui. A coleção, que integra a coleção da Biblioteca-Museu República e Resistência, fica agora disponível integralmente em suporte digital, aqui, como mais um contributo para o estudo dos tempos conturbados da Primeira República. Utilizámos nos pdf's desta coleção a  tecnologia de reconhecimento ótico de caracteres (OCR), pelo que é possível a pesquisa em texto livre, condicionada à eficácia da leitura automatizada da aplicação informática e às condições do original e da cópia digital. Este recurso não substitui a leitura integral dos documentos.